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Fique de olho no humor de seu animal doméstico

22 de agosto de 2009
3 min. de leitura
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Quando o ativo Dinho, um pinscher de 12 anos, parou de brincar com os demais cães da casa, sua tutora, Aline de Paula, de 22, estranhou. “Ele ficou amuado e se poupava até para fazer as necessidades fisiológicas: fazia rápido e voltava a ficar deitado”, conta. As alterações de comportamento eram sinal de algo grave, que Aline só descobriu ao levar o animal de estimação a uma consulta veterinária: um câncer na boca.

O caso é emblemático. Mudanças comportamentais são comuns em animais com dor – confira na relação abaixo. As dores crônicas são as maiores responsáveis, caso dos males ligados à idade, como câncer, hérnia de disco, artrose e nefropatia (a alteração da função dos rins).

“A expectativa de vida de gatos e cachorros cresceu e eles estão pagando o preço, com o aumento da incidência de doenças relacionadas à idade avançada”, diz Karina Yazbek, veterinária certificada pela Sociedade Brasileira de Estudo da Dor (SBED). São considerados idosos os gatos com mais de 7 anos. Cães de pequeno porte se tornam senis aos 8 anos, e os de tamanho médio, aos 7. Já cachorros grandes envelhecem cedo, entre 5 e 6 anos. E vivem menos: aproximadamente 10 anos. Os outros têm expectativa de vida entre 13 e 20 anos. Gatos podem alcançar 15.

Leitura de sinais – A sinalização de dores é algo relativamente novo na vida dos animais, segundo explica Yazbek: trata-se de uma consequência da domesticação desses bichos pelo homem. Na natureza, para não se mostrar presa fácil, era preciso agir de forma contrária, camuflando fragilidades.

“Os gatos ainda preservam um pouco desse instinto de sobrevivência: você não vê um deles demonstrando dor quando está perto de cães”, explica a veterinária Patrícia Flôr. “Por isso, é mais difícil perceber sintomas: os gatos se escondem no armário, debaixo da cama ou dentro do box do banheiro, porque é gelado e pode amortecer a região dolorida”, complementa.

A auto-mutilação, um dos comportamentos adotados por cachorros com dor física, também pode estar atrelada a perturbações psicológicas. Animais que perdem seus tutores, por exemplo, podem se lamber até gerar uma lesão no local alvejado.

“A carência é causa de distúrbio psíquico: animais que se sentem abandonados chegam a se machucar na tentativa de atrair a atenção do dono”, diz Yazbek. Por meio de exame físico, um veterinário pode averiguar se há algo no corpo do animal que o incomode a ponto de atrair lambidas ou se ele sofre de alguma neurose. Um raio-x na área também é recomendado.

As dores dos nossos bichos

Caso seu animal doméstico apresente os sintomas a seguir, leve-o ao veterinário:

  • Tristeza, apatia e prostração
  • Menor interação com o proprietário (não o recebe no portão, não quer brincar)
  • Redução de mobilidade
  • Diminuição do apetite
  • Automutilação (fustigando alguma parte do corpo, como a pata)
  • Ganidos e grunhidos (em caso de dor aguda, como a pós-operatória)
  • Agressividade ou timidez (sinais opostos para expressar a dor)
  • Respiração ofegante e batimentos cardíacos acelerados
  • Insônia e cansaço

Cães:

Foto: Reprodução/VEJA.com
Foto: Reprodução/VEJA.com

 

  • Aumento da carência (ele quer chamar a atenção para mostrar que está mal)
  • Não levantar a perna para urinar

Gatos:

Foto: Reprodução/VEJA.com
Foto: Reprodução/VEJA.com
  • Redução dos hábitos de auto-higiene
  • Aumento do isolamento

Fonte: VEJA.com

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