Segundo as informações do site Vegazeta, a capital da Finlândia, Helsinque, tem como meta reduzir o consumo de carnes e laticínios em 50% até 2025. Devido ao aumento do consumo de produtos de origem animal, o plano foi criado com objetivo de sustentabilidade, saúde e qualidade de vida.
Sugerido pelo parlamentar Atte Harjanne, dos Verdes, que também é cientista do Instituto Meteorológico Finlandês, através de um comunicado oficial declarou que, “Diante das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade, é claro que precisamos de uma grande redução do uso de carne no mundo todo”.
Harjanne deixou claro que o plano não é “forçar ninguém a abdicar desse consumo”, mas conscientizar as pessoas que a mudança na dieta pode ser benéfica para elas e também para o planeta. As informações são do portal Vegazeta.
“Isso não muda tudo. Não transforma o que a cidade é. Mas é um grande passo. É um ótimo sinal também para a indústria de produtos alimentícios entender que é necessário atender a esse tipo de demanda”, explica o cientista.
Os estudantes de Helsinque desde 2007 têm direito a refeições vegetarianas. A cidade anunciou este mês que optará por pratos sem carne animal e produtos vindos de comércio justo, serão priorizados em eventos públicos a partir de janeiro de 2022. Além disso, Helsinque deve substituir o leite de vaca por leite vegetal.
“Esta é uma forma entre muitas de reduzir o impacto climático dos alimentos e de reduzir a quantidade de recursos naturais utilizados pela cidade”, comenta Johanna af Hällström que é head da equipe climática de Helsinque.
Mudança no cardápio
Além das escolas da cidade, uma das universidades mais antigas da Finlândia, a Universidade de Helsinque, proibiu o consumo de carne vermelha no cardápio em 2020, estimulando os alunos ao uso de fontes de proteínas de origem vegetal.
Por causa do grande impacto causado pela agropecuária, a instituição tem a intenção de reduzir o carbono em 11% ao ano, como uma forma de minimizar a crise climática. “A ideia surgiu enquanto pensávamos em nossa próxima ação de responsabilidade [ambiental]”, explica a diretora de operações da UniCafe, Leena Pihlajamäki, que também é responsável por todas as refeições oferecidas pela Universidade de Helsinque.
“Percebemos que essa é uma maneira de reduzir significativamente nossas emissões de carbono. Estudos mostram que é uma das maneiras mais eficazes”, lamenta Leena.
Mais carne vegetal
A universidade de Helsinque e a estatal finlandesa VTT firmaram uma parceria para produzir novos tipos de carnes vegetais, dando prioridade a ingredientes que ainda não estão sendo muito bem explorados pela indústria de alternativas à carne.
Com objetivo de substituir ingredientes de origem animal, por aveia e o feijão-fava, por exemplo, que são típicos da culinária finlandesa, eles vêm sendo testados como novos ingredientes a fim de alavancar o desenvolvimento de imitações de carne.
“A indústria de alimentos finlandesa está em uma posição única para liderar a transição para um sistema alimentar mais baseado em vegetais, alinhado com os objetivos nacionais e europeus”, segundo o coordenador do projeto, Nesli Sözer, da VTT, afirma que o sabor e qualidade alimentar são uma prioridade.
Forças Armadas vegetariana
Desde 2018, as Forças Armadas da Finlândia oferecem opções de refeições vegetarianas em todos os quartéis do país. Além disso, tem aumentado o consumo de vegetais na alimentação dos oficiais, considerando assim uma diminuição no impacto ambiental causado principalmente por produtos de origem animal.
Em 2017, os soldados haviam proposto o projeto intitulado “Um Dia Sem Carne”, para seguir o modelo das escolas finlandesas, segundo informações divulgadas pelo jornal Yle Uutiset. No entanto, a Noruega já oferece refeições vegetarianas nas Forças Armadas desde 2013.
Segundo uma pesquisa com base nos dados do Google Trends e realizada pelo site internacional de culinária Chef’s Pencil, a Finlândia foi citada em 2020 como um dos 15 países em que o veganismo mais cresce.