Lisa acrescentou que nas buscas foram usados brinquedos da cadelinha e, também, roupas da sua tutora, para que ela reconhecesse o cheiro. Depois que a captura finalmente aconteceu, a diretora do Kangala Wildlife Rescue foi ao seu encontro usando uma roupa da tutora. Depois, ela e outro voluntário se sentaram na frente da armadilha e ficaram lá até que Valerie se acalmou a parou de latir.

“Seguíamos as reações dela para decidir o que fazer”, informou. Na sequência, Lisa entrou na armadilha e levou as comidas favoritas de Valerie. Aos poucos a cachorrinha se aproximou, até que se sentiu completamente à vontade.

Depois de alguns dias, ela foi tirada de lá com o uso de um equipamento a prova de fugas e, agora, está em outro local sendo acompanhado pela mesma equipe. Ela ficará na ilha por mais alguns dias até que seus donos possam ir ao seu reencontro.

“Estamos ansiosos para entregar essa pequena para eles e criar algumas boas lembranças. Coisas normais, como casas, humanos, cheiros, outros animais, precisarão ser reintroduzidas e reaprendidas. Não é algo rápido. Vamos dar o tempo que ela precisar, como fizemos na armadilha, deixando ela nos mostrar o que precisa e quando”, complementaram Jared e Lisa.

Valeria viajou para a Ilha Kangaroo com seus tutores Georgia Gardner e Josh Fishlock em novembro de 2023. No segundo dia da viagem, o casal decidiu ir pescar em uma praia próxima, e deixou a cachorrinha, então com um ano, em um cercadinho com comida e brinquedos no acampamento em que estavam.

Ela acabou escapando do local e se escondeu sob um carro estacionado. Turistas que estavam nas proximidades tentaram capturá-la, mas ela se assustou e correu para a mata.

Gardner e Fishlock passaram o restante das férias procurando por ela, com a ajuda de moradores da ilha. Mas não tiveram sucesso e precisaram retornar às suas vidas em Nova Gales do Sul. O casal não acreditava que Valerie sobreviveria em um local remoto e com tantos perigos, incluindo pelo menos duas espécies de cobras venenosas e águias-de-cauda-cunha, conhecidas por caçar cangurus, gambás e até cordeiros.

Isso sem contar que ela é um animal doméstico, que vivia dentro de casa, dormia na cama com os tutores e usava roupinhas nos dias frios. “Ela era uma princesa absoluta e ansiosamente apegada”, disse Gardner ao Washington Post. Ao The Guardian acrescentou que ela nunca saiu do seu lado e não era uma cadela “muito de fora, áspera ou resistente”.

Passado pouco mais de um ano que ela e o marido haviam voltado para casa, começaram a surgir relatados de que uma pequena Dachshund com uma coleira rosa – justamente o que Valerie usava quando fugiu – foi vista na ilha, a cerca de 15 quilômetros de onde seus tutores acamparam.