O pequeno documentário “Unseen”, lançado no último ano, vêm sendo exibido em festivais em diversas partes do mundo. Produzido por Ravan Deerbrook e com pouco mais de dez minutos, o filme mostra as horas finais de porcos antes de serem mortos para consumo humano. As informações são do portal Vegazeta.
Seguindo os caminhões de Smithfield Foods, a maior indústria de processamento de carne de porco dos EUA, ele expõe as realidades dos momentos finais desses animais. O filme chama tenção para o descaso da indústria em relação à saúde pública, como mostram as câmeras ocultas que revelam carne de animais doentes sendo cortada em Stockton, na Califórnia.
Segundo a publicação do Vegazeta, também são impactantes as cenas em que os porcos se revelam conscientes após a degola, ainda que digam que tenham sido mortos de “forma humanitária”, se é que existe forma humanitária de tirar a vida de um animal. As imagens deixam claro que os animais não perderam totalmente a capacidade de sentir após o que chamam de insensibilização ou atordoamento.
Conforme Raven, a diretora do documentário, expor a verdade é uma forma de proteger nosso futuro e prevenir pandemias enquanto podemos, além de apontar para a necessidade de refletirmos sobre o que fazemos com os animais.
Empresas Smithfild e JBS lideram ranking de piro desempenho
Ainda segundo a matéria, um relatório do Animal Welfare Institute colocou a Smithfield e a brasileira JBS como as empresas de processamento de carne com piores desempenhos em relação ao “bem-estar animal” nos EUA.
“Em um período de três anos, tiveram os piores recordes de bem-estar animal entre os frigoríficos. A fábrica da Smithfield em Sioux Falls, na Dakota do Sul, teve o maior número de violações de bem-estar animal para uma única fábrica, enquanto a JBS o maior total geral em comparação com qualquer outra empresa de carne dos EUA”, frisa o AWI na matéria.
“A JBS, empresa brasileira que é a maior produtora de carne do mundo e proprietária majoritária da marca de carne de frango Pilgrim’s Pride, opera sete dos dez piores grandes frigoríficos do país.”
O relatório ainda cita os piores registros de “bem-estar animal” ocorreram exatamente nos frigoríficos da JBS onde foram identificados surtos de Covid-19 entre os trabalhadores.
“Não estamos surpresos em ver uma correlação entre o bem-estar do trabalhador e o bem-estar animal”, diz a diretora do programa de criação de animais do AWI, Dena Jones.
Ela avalia que em frigoríficos onde os animais mais sofrem é comum que haja mais negligencia em relação aos trabalhadores, comentando que “é um reflexo da administração colocando os lucros acima do bem-estar dos recursos vivos que tornam os lucros possíveis”.
A matéria ainda comenta que, segundo o instituto que fez um levantamento sobre as operações da JBS nos EUA, foram encontrados “incidentes”, incluindo 18 violações classificadas como “flagrante”.