Em maio, um iceberg de 380 km² se desprendeu da plataforma de gelo Brunt, na Antártida, e flutuou até estacionar em frente a uma colônia de pinguins, na Baía Halley. Para especialistas, isso possivelmente significaria a morte de centenas de filhotes recém-nascidos, já que, com o bloqueio, suas mães não conseguiriam retornar da busca por comida para alimentá-los. Os pinguins filhotes precisam viver no gelo marinho até que sejam fortes o suficiente para sobreviver em águas abertas.
Mas, para alegria de todos, imagens recentes de satélites mostraram que os animais estão vivos. As informações são da BBC, que teve acesso ao material. “Eu estava com medo de ver que não haveria nada ali”, contou o cientista Peter Fretwell, da British Antarctic Survey. “Foi um grande alívio.”
Como os pinguins sobreviveram continua sendo um mistério. Uma hipótese é que, como há uma rachadura no gelo, talvez, suas mamães tenham conseguido mergulhar por ela. Fretweel explicou que a montanha de gelo provavelmente se estende por mais de 50 m abaixo da superfície, mas os pinguins são capazes de mergulhar até 500 m.
A equipe agora aguarda por imagens de alta resolução que mostrem exatamente quantas aves estão no local. Depois, cientistas da base de pesquisa britânica em Halley deverão fazer uma visita para verificar o tamanho e a saúde da colônia.
Mais perigos
Apesar de os animais terem conseguido sobreviver a mais um obstáculo, ainda há motivos para se preocupar. Isso porque a Antártida tem sido fortemente afetada pelo aquecimento global e por fenômenos naturais que dificultam a vida no continente gelado.
As formações de gelo de MacDonald, onde os pinguins vivem, são dinâmicas e imprevisíveis – isso sem contar que os níveis sazonais de gelo marinho estão próximos de recordes de baixa. Caso essas formações quebrem antes que os filhotes consigam nadar, o que só deve ocorrer por volta de dezembro, Peter alerta que podem de fato não resistir.
“Eles são animais incríveis. Mas é um pouco sombrio. Como muitos animais na Antártida, eles vivem no gelo marinho. Mas ele está mudando, e se seu habitat muda, então nunca é bom”, completou o cientista.
Fonte: Um Só Planeta