Dois filhotes de gato-palheiro foram resgatados dos incêndios no Pantanal, que já destruíram 2 milhões de hectares no bioma. Os filhotes foram encontrados na área de Miranda, Mato Grosso do Sul. Além deles, outras três onças-pintadas foram encontradas na última semana com as patas queimadas e lesões.
De acordo com a Polícia Militar Ambiental (PMA), o resgate dos gatos aconteceu na sexta-feira (23), na mesma região das onças Antã, Itapira e Miranda.
Conforme a PMA, os filhotes foram encontrados por uma equipe do Corpo de Bombeiros, durante o combate a um incêndio na região. Em seguida, a PMA foi acionada pelo Grupo Especial Tático de Resgate a Apoio à Fauna (Gretap) para auxiliar no resgate.
Os felinos foram encaminhados ao pelotão da PMA e receberam atendimento veterinário pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Após a liberação médica, os filhotes foram levados ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), de Campo Grande.
Segundo o CRAS, os filhotes estão em bom estado de saúde e devem permanecer no centro até ficarem jovens, sem previsão de retorno para o habitat natural.
Antã, Itapira e Miranda
Entre os dias 15 a 20 de agosto, três onças-pintadas foram resgatadas das queimadas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Duas delas são fêmeas e outra um macho.
Antã e Miranda seguem em recuperação no Hospital Veterinário Ayty, em Campo Grande. Já Itapira, está no Instituto Nex, em Goiás.
O tratamento dos felinos envolve pomadas especiais para as patas, sessões de ozonioterapia e laser para a cicatrização dos ferimentos.
Miranda, a primeira onça-pintada resgatada, foi encontrada com queimaduras de segundo grau nas patas e com lacerações pelo corpo;
Antã foi a segunda onça-pintada resgatada, com queimaduras de terceiro grau e comprometimento pulmonar;
A terceira foi Itapira, resgatada na região da fazenda Caiman, em estado crítico de saúde e com queimaduras de segundo grau nas patas.
Pantanal
Os incêndios no Pantanal destruíram mais de 2 milhões de hectares do bioma, 13,46% da área total, de acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA-UFRJ).
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em todo o território do Pantanal, foram registrados 498 focos, sendo 298 em Mato Grosso do Sul. O estado corresponde a 59,8% da área queimada no bioma.
A temporada de incêndios no Pantanal, que historicamente começa entre o fim de julho e o início de agosto, se antecipou em 2024 – em maio – devido à longa estiagem e às mudanças climáticas. Conforme apontam especialistas, o bioma enfrenta a pior temporada de fogo desde 1951.
Fonte: G1