Em dezembro de 2023, um trágico acidente de trem atingiu uma bebê de elefante de nove meses na Índia, destacando um problema recorrente de proteção no país, onde colisões de elefantes com trens são frequentes. Segundo registros oficiais, entre 2010 e 2020, aproximadamente 200 elefantes morreram em tais incidentes, uma média de 20 por ano. Felizmente, neste caso, a filhote foi resgatada pelo Departamento Florestal do Estado de Uttarakhand, proporcionando-lhe uma segunda chance.
Batizada de Bani, que significa “Mãe Terra”, a bebê elefante foi levada ao Wildlife SOS Elephant Hospital em Uttar Pradesh em 4 de fevereiro, após mais de um mês de cuidados iniciais. Bani sofreu ferimentos graves na coluna e nas articulações do quadril quando foi atropelada por um trem em alta velocidade perto do Parque Nacional Jim Corbett, no norte da Índia. No hospital, Bani começou sua jornada de recuperação com atenção médica e carinho intensivos.
Ao chegar ao hospital, Bani estava incapaz de se levantar devido à paraparesia espástica induzida por trauma, uma condição neurológica que causa paralisia nas patas traseiras. Um plano de cuidados abrangente foi implementado para abordar tanto suas necessidades físicas quanto emocionais, essenciais para sua recuperação devido ao trauma vivido.
A fisioterapia diária tem sido crucial para melhorar a força muscular e a mobilidade de Bani. Inicialmente, ela foi colocada em pé com a ajuda de uma tipoia e guindaste para melhorar a circulação sanguínea e evitar a atrofia muscular. Agora, Bani já consegue ficar de pé sem o suporte da tipoia. Sessões de laserterapia também ajudam a aliviar a dor e estimular a função muscular, enquanto a fluidoterapia intravenosa, incluindo suplementos neurais, apoia seu sistema nervoso.
A Wildlife SOS incorpora tratamentos ayurvédicos tradicionais na rotina de Bani, como massagens com óleos herbais para melhorar a circulação e reduzir a rigidez muscular. A hidroterapia, realizada em uma piscina especial, permite que Bani exercite os membros sem suportar todo o peso do corpo, aliviando a dor e ajudando na reabilitação. Recentemente, a eletroacupuntura foi adicionada ao seu regime de tratamento, utilizando estimulação elétrica para modular a sinalização neural e restaurar o equilíbrio nas vias energéticas do corpo.
A alimentação de Bani é cuidadosamente monitorada para garantir que ela receba os nutrientes necessários para seu crescimento e recuperação. Sua dieta inclui uma fórmula láctea especial, mingau de trigo quebrado e feijão mungo, além de medicamentos para controlar a dor e a paralisia. As sessões de alimentação são realizadas de 5 a 6 vezes ao dia, com a fórmula preparada a uma temperatura que imita o leite materno.
Para garantir a saúde mental de Bani, um novo berçário foi construído, equipado com recursos que atendem às suas necessidades. Banhos de poeira e lama são preparados diariamente para ajudar a manter a pele saudável e proporcionar conforto psicológico. Enriquecimentos, como pequenas redes de feno e mini estacas, foram introduzidos para estimular as habilidades cognitivas de Bani e mantê-la entretida.
O progresso de Bani, embora lento, tem sido uma fonte de esperança. A Wildlife SOS continua a encorajar doações e programas de adoção para garantir que Bani receba os cuidados necessários. Além disso, esforços para instar as Ferrovias Indianas a reduzir a velocidade dos trens em áreas frequentadas por animais selvagens são essenciais para prevenir futuras tragédias.
A história de Bani é um lembrete do impacto humano na vida selvagem e da importância de esforços contínuos de conservação e resgate para proteger essas majestosas criaturas.