Um filhote de urubu (Coragyps atratus) foi recolhido no bairro do Stella Maris, em Peruíbe e encaminhado para o Centro de Triagem de Animais Silvestres Peruíbe / Juréia.
O jovenzinho não voa e ainda não completou o seu pleno empenamento. Ele foi resgatado por que estava abandonado pelos pais, isto é, os pais estão sumidos a mais de dois dias, de acordo com as observações. Pela idade, ele ainda não consegue se virar sozinho.
De acordo com o biólogo responsável pelo local, o Thiago Nascimento, o animal será devolvido à natureza quando reunir as condições necessárias, como bom estado clínico e comportamental, além da autonomia para a busca de alimento.
“Vamos cuidar deste filhote e esperamos devolvê-lo à natureza o mais rápido possível, que pode ser quando ele terminar o empenamento e comece a alçar voo.”
Urubu
Umas das espécies mais fascinantes da natureza, o Urubu pode ser encontrado em toda a Baixada Santista, incluindo todo o Brasil e partes das Américas do Norte, Central e do Sul, mas é um residente no local onde é observado. Prefere terra aberta intercalada com áreas de floresta ou bosque. Ocorre ainda em florestas úmidas de baixa altitude, matas e descampados, pântanos e brejos, pastos e florestas antigas fortemente degradadas. Tem preferência por terrenos baixos.
É raramente visto em áreas montanhosas. Ele geralmente é avistado planando ou empoleirado em postes, cercas ou árvores mortas e seu nome científico significa abutre preto.
Não possui o olfato apurado e localiza a carniça pela visão direta ou observando os outros urubus pousando para comer. Sua visão é excepcional, tendo boa acuidade para objetos a grande distância.
Faz ninho em ocos de árvores mortas, entre pedras e outros locais abrigados, geralmente com incidência de árvores. Põe 2 ovos branco-azulados manchados com muitos pontos marrons.
Allopreening
É o comportamento social onde indivíduos de determinada espécie executam a limpeza em outro indivíduo pertencente ao seu grupo social. Os motivos mais aceitos para este comportamento são: remoção de ectoparasitos, posicionamento hierárquico e reestabelecimento do bom convívio. O allopreening entre estas duas espécies de famílias diferentes, (cathartidae e falconidae), uma necrófaga e a outra predadora, torna o entendimento deste comportamento, além de difícil, ainda mais belo.
CETAS Peruíbe /Juréia
O Centro de triagem de animais silvestres (CETAS) Peruíbe-Juréia, em funcionamento há pouco mais de dois anos, vem se consolidando como uma referência no atendimento e reabilitação de fauna silvestre em emergência ambiental e precisa de ajuda para manter e ampliar os trabalhos realizados.
A equipe técnica, composta por biólogos, médico-veterinários e estudantes de graduação, realiza o atendimento de animais vitimados por diversos fatores como: filhotes órfãos, colisões, atacados por animais domésticos, tráfico de animais a posse irregular entre outros.
Os animais encaminhados ao CETAS/Peruíbe são atendidos por equipe qualificada e treinada para avaliação da possibilidade de soltura imediata ou da necessidade de reabilitação até que reúnam condições para o retorno a vida livre.
Por lá, os animais resgatados são submetidos a exames clínicos para diagnóstico e definição do tipo de tratamento, inclusive cirúrgico, se necessário, dieta específica, medicações, etc.
A demanda que chega é grande e muitas vezes os recursos não são suficientes para atender todos os bichos que precisam de cuidado e, por isso, a equipe do Instituto Ambiecco, que administra o local, faz o que pode para tentar contornar o problema, principalmente o financeiro.
Apesar de localizado em Peruíbe, o CETAS acaba atendendo os municípios do Vale do Ribeira e da Baixada Santista, pela falta de outros locais que façam um serviço semelhante. De acordo com dados do próprio Instituto, já foram atendidas 23 cidades diferentes, até o momento.
“Infelizmente, devido à grande demanda de animais silvestres atendidos pelo CETAS, vítimas de atropelamento, de perda de habitat, do ataque de animais domésticos, do tráfico, do cativeiro irregular, precisamos de doações para que esse trabalho continue sendo feito. Recebemos ajuda da Prefeitura de Peruíbe, mas se eu tivesse o apoio das outras prefeituras na alimentação, compra de medicamentos e custeio dos funcionários, já seria muito melhor”, afirmou Thiago Nascimento, Biólogo e Presidente da Ambiecco.
Fonte: Diário do Litoral