O filhote de peixe-boi Amaro, que se perdeu da mãe e foi resgatado no Maranhão, iniciou um tratamento no Instituto Peixe-Boi, em Itamaracá, no Litoral Norte de Pernambuco. Ele foi transferido de um estado para o outro de avião, na quarta (5).

Naturalmente, um filhote viveria “colado” com a mãe até completar dois anos. Nadaria com ela e beberia o leite da mãe, mas Amaro se perdeu com menos de um mês. Ele foi batizado em homenagem ao local onde foi encontrado encalhado, na Praia de Santo Amaro.

O peixe-boi foi resgatado por uma equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) do Piauí. Nesse local, Amaro foi cuidado por uma veterinária até ser capaz de passar por uma viagem.

No Instituto Peixe-Boi, Amaro recebe ajuda para resistir a esse período difícil. Ele agora tem 1,25 metro e 36 quilos. Ninguém pode falar alto perto dele, e é preciso usar máscaras perto para proteger o filhote de doenças de seres humanos.

“É um animal em extinção, num estado crítico. Eles têm um período de gestação muito grande, alcançam a maturidade sexual numa idade muito avançada e, por isso, não conseguem repor uma população que está sendo retirada por conta de ações do humano”, diz o veterinário Lucas de Melo.

De acordo com o analista ambiental do ICMBio Lauro Paiva, têm sido cada vez mais comuns casos de peixes-boi que se perdem das mães. Em 2022, cerca de 30 animais foram encontrados mortos, segundo o instituto.

“As pessoas estão usando jet ski muito próximo de áreas de manguezal. O pessoal tem avançado nas áreas onde esses animais vivem e se reproduzem. Temos poucos lugares, poucos santuários onde esse animal ainda consegue viver bem. Um deles é a Ilha de Itamaracá e Alagoas”, declara Lauro Paiva.

O ICMBio recomenda que a população não toque nesses animais e chame o instituto para lidar com a situação. O Projeto Peixe-Boi cuida desses animais e, depois que estão estabilizados, crescem e param de amamentar, eles são devolvidos à natureza.

Fonte: G1