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Filhote de peixe-boi é encontrado sozinho na encosta do rio Solimões, AM

24 de março de 2010
2 min. de leitura
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O filhote é um macho, pesa 13 quilos, mede 95,5 centímetros e tem aproximadamente um mês de vida. O exemplar foi encontrado por ribeirinhos da comunidade do Rio Sara, distante 20 minutos por via fluvial de Coari, município do interior do Amazonas, longe 363 quilômetros de barco da capital amazonense. 

Segundo o fiscal de meio ambiente de Coari, Wagner Moreira, o peixe-boi foi encontrado nadando sozinho na encosta do rio Solimões. “Os moradores encontraram o animal, colocaram-no em uma piscina e ligaram para a Secretaria. Fomos buscá-lo e trouxemos o animal para ser tratado no Inpa”.

O animal chegou ao Laboratório de Mamíferos Aquáticos – LMA do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – Inpa/MCT, às 17h30 da última segunda-feira, 22. A equipe Amiga do Peixe-boi submeteu o filhote a exames físicos e médicos de rotina e depois amamentou o animal.

“O filhote é recém-nascido porque ainda nem trocou de pele, está saudável e se adaptando bem”, comenta a bióloga e coordenadora do núcleo de Educação Ambiental da Associação Amigos do Peixe-boi – Ampa/LMA, Gália Mattos.

O peixe-boi foi colocado em um tanque junto com outro filhote para facilitar sua adaptação à vida em cativeiro, como explica o veterinário da Ampa/LMA, Anselmo D’Affonseca. “Antigamente, colocávamos os animais que eram trazidos para o Laboratório isolados porque tínhamos receio que esse animal contaminasse os demais com uma possível infecção. Mas percebemos, nos últimos cinco anos, que os filhotes estavam morrendo por conta do estresses. Então, optamos por colocá-los junto com outros exemplares para reduzir o estresses e ajudar na adaptação à vida em cativeiro”, conta.

Esse é o quinto filhote de peixe-boi apreendido pela Secretaria de Coari e encaminhado ao LMA – sendo que três deles foram apreendidos este ano. “Só em 2009, nove filhotes foram trazidos para o Laboratório. Esse número foi recorde. Acreditamos que esse crescimento se deva a dois fatores: a primeira possibilidade é que as pessoas podem estar mais conscientes sobre a preservação do peixe-boi e estão trazendo os animais aqui para nós. A segunda hipótese é o aumento da caça – uma vez que as mães são capturadas, o número de filhotes órfãos aumenta”, ressalta o pesquisador da Ampa/LMA, Diogo Souza.

Com o novo filhote, os tanques de peixe-boi do LMA abrigam 44 animais. O peixe-boi tem sido alvo de estudos por mais de 35 anos, pelo Inpa, e há quase 10, com a criação da ONG, é protegido pelos Amigos do Peixe-boi da Amazônia.

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