Um pequeno ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus), batizado de Curupira, vem lutando para superar um grande desafio desde o nascimento. Encontrado em Niterói, no Rio de Janeiro, ele nasceu com uma má-formação nos membros posteriores: suas patas traseiras estavam viradas para trás, o que dificultava sua mobilidade e colocava em risco sua sobrevivência.
Curupira foi resgatado pela equipe do Instituto Vida Livre, que atua na reabilitação e soltura de animais silvestres. Sob os cuidados do instituto, o filhotinho passou a receber tratamento ortopédico, incluindo medicações específicas e a imobilização das patas para corrigir o problema. Segundo Roched Seba, diretor e idealizador do Vida Livre, o tratamento é monitorado de perto, com atenção especial à alimentação, ao aquecimento do animal e à calcificação dos ossos.
Esperança de uma nova vida na natureza
A equipe do Instituto Vida Livre está otimista com a evolução do quadro de Curupira. Caso o tratamento continue apresentando bons resultados, o filhote poderá ser reintroduzido em seu habitat natural, onde terá a oportunidade de viver como qualquer outro ouriço-cacheiro.
O ouriço-cacheiro é uma espécie típica da Mata Atlântica, mas também pode ser encontrado no Paraguai e no nordeste da Argentina. Arborícola por natureza, vive em árvores e se alimenta de frutos. Os adultos podem chegar a 60 cm de comprimento, com espinhos que atingem até 4 cm, sendo uma espécie bem adaptada ao ambiente urbano.
Reconhecido por seu trabalho na reabilitação de animais silvestres, o Instituto Vida Livre se tornou referência no cuidado e reintegração de diversas espécies à natureza. Além disso, a organização faz campanhas de conscientização e combate aos crimes ambientais.
Entre as ações de destaque, estão a denúncia de choques elétricos em macacos e preguiças nas redes elétricas do Rio de Janeiro e a luta contra o estigma associado às serpentes, como no caso da jiboia Santinha, brutalmente espancada.
Curupira é mais um exemplo do impacto positivo que ações de resgate e reabilitação podem ter para os animais silvestres. Com o compromisso de instituições como o Vida Livre, histórias como a do pequeno ouriço-cacheiro não só ganham um desfecho promissor, mas também ajudam a conscientizar a sociedade sobre a importância de preservar a biodiversidade.
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