O biólogo Pedro Favaretto, que acompanha o tratamento de Titi, contou que a onça chegou em um domingo, às 14h, desacordada, com a temperatura do corpo baixa, marcando 34 graus. “Ficamos até meia-noite tentando reverter o quadro de hipotermia e durante três dias seguidos, a onça teve crise convulsiva. Faz um cinco dias que a Titi está respondendo bem ao tratamento, com quadro estável”, conta.
A bióloga Marisa dos Santos disse que Titi deve ter se perdido da mãe e passado várias horas na estrada. “Quando há casos de risco, a mãe tenta levar os filhotes para locais seguros, mas pode ser que algum fique para trás”.
A onça está recebendo cuidados especiais com hidratação, aquecimento, soro, vitaminas e remédios para conter as crises. Pedro ainda leva a onça para casa, para acompanhar o quadro de saúde do bicho de perto e proceder da melhor forma com o tratamento.
De acordo com Marisa, se a onça apresentar melhoras, no próximo mês, os visitantes do bosque poderão vê-la pelo vidro do berçário.
Brincalhona
A estagiária de biologia Ludmila Bernardes, de 20 anos, que está ajudando a cuidar da onça desde o dia que ela chegou ao bosque, disse que Titi é muito brincalhona e fica agitada com facilidade.
No entanto, a bióloga Marisa alerta que o animal dessa espécie não apresenta riscos apenas no primeiro ano, já que depois, as brincadeiras ficam mais agressivas e o humano pode se ferir.
Marisa diz que Titi não pode mais voltar para a natureza, já que foi acostumada com as pessoas. “Esses animais podem se ferir ao tentar aproximação com humanos e também não saberiam caçar”.
Onças suçuaranas
De 1994 para cá, oito filhotes de suçuaranas – Bob, Tuta, Tato, Thaís, Thoby, Tuti, Tito e agora, Titi – receberam tratamento no Bosque Fábio Barreto. Thoby e Tuti chegaram com muitos ferimentos e não resistiram. Thaís foi para um criadouro em Santa Rosa de Viterbo, e os demais convivem com Mia e Bobão, que chegaram já adultos. Titi deve ficar em Ribeirão Preto, segundo a administração do bosque.
Fonte: JC
Nota da Redação: Por conta as queimadas, avanços das áraes urbanas e descaso das autoridades, a pobre oncinha viverá para sempre confinada. Mais uma prisão sem crime. Triste.