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REDES SOCIAIS

Filhote de hipopótamo-pigmeu é explorada em zoológico e causa revolta em ativistas

Além da exploração que, infelizmente, já se tornou comum nos zoológicos, a imagem dela vem sendo usada na internet para atrair visitantes

28 de setembro de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: Lillian Suwanrumpha/AFP via Getty Images

Uma filhote de hipopótamo-pigmeu chamada Moo Deng está sendo extremamente explorada pelo Zoológico Aberto de Khao Kheow, na Tailândia. Além de ser mantida em cativeiro para entretenimento humano, ela também se tornou viral na internet por sua aparência fofa, agora é perturbada por funcionários que fazem vários vídeos da filhote para as redes sociais.

A ONG People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) acusou o zoológico de explorar a hipopótamo-pigmeu bebê Moo Deng, afirmando que ela deveria estar na natureza. “O TikTok transformou Moo Deng em uma celebridade, mas a realidade está longe de ser fofa”, disse um post na página do Facebook da PETA. “O zoológico na Tailândia está explorando ela para lucro, exibindo-a como uma atração. O lar de um hipopótamo é a natureza. Boicotem zoológicos!”

A postagem incluiu um gráfico com uma mensagem de Jason Baker, vice-presidente sênior da PETA na Ásia, que escreveu: “Não há nada de fofo em um bebê nascido no cativeiro! Moo Deng deveria ter nascido na natureza, não ter sido criada para o entretenimento humano.”

A publicação também mencionou relatos de que alguns visitantes que foram ver Moo Deng jogaram água e outros objetos nela, afirmando que isso a colocou em risco de perigo.

Moo Deng se tornou viral na internet desde que as postagens feitas por seu tratador começaram a se popularizar há algumas semanas. Agora multidões esperam horas no Zoológico de Khao Kheow para vê-lo.

Os hipopótamos-pigmeus ameaçados são nativos da África Ocidental, e existem cerca de 2.000 a 2.500 no mundo, de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). A espécie está ameaçada de extinção, sendo considerada em perigo pela IUCN. Sua área de distribuição diminuiu drasticamente nos últimos trinta anos, principalmente pelo desmatamento, que fragmentou as populações.

Nota da Redação: manter animais em cativeiro em zoológicos é eticamente inaceitável, pois viola sua liberdade e direito de viver de forma natural. Confinados em espaços artificiais eles sofrem de estresse, depressão e frustração, já que suas necessidades físicas e comportamentais são frequentemente negligenciadas. Em seu habitat natural, podem explorar, caçar, socializar e se envolver em atividades que são essenciais para seu bem-estar, o que é impossível em ambientes limitados de zoológicos. Além disso, o confinamento compromete sua saúde física e mental, levando a comportamentos repetitivos e anormais conhecidos como estereotipias.

Ao aprisionar animais em zoológicos, estamos tratando seres sencientes como objetos de entretenimento, ignorando sua capacidade de sentir dor, medo e tédio. Alternativas éticas, como santuários de vida selvagem e programas de conservação em seus habitats naturais, são propostas como soluções mais compassivas e eficazes para a proteção de espécies ameaçadas.

Moo Deng está sendo explorada em vídeos virais. Embora sua aparência adorável atraia grande atenção nas redes sociais, a realidade por trás das câmeras revela que ela está sendo utilizada para gerar lucro e entretenimento, em detrimento de seu bem-estar. A exibição constante dela em sessões públicas, muitas vezes por longos períodos, ignora suas necessidades naturais e a expõe ao estresse e à vulnerabilidade.

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