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Filhote de golfinho que morreu no Espírito Santo era de espécie rara

25 de outubro de 2010
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Um filhote de golfinho da espécie Grampus griseus, popularmente conhecido como golfinho-de-risso, foi encontrado na manhã de sábado (23), na Praia Ponta da Fruta, em Vila Velha. O animal, considerado de espécie rara no Espírito Santo, estava muito debilitado e morreu enquanto recebia atendimento do Instituto Orca.

De acordo com especialistas, o golfinho era jovem, ainda estava em idade de amamentação e provavelmente havia se perdido da mãe. O filhote tinha apenas dois meses de vida e media aproximadamente 1,2 m de comprimento.

Especialistas coletaram várias amostras para análise das possíveis causas da morte do animal e para investigar a razão do aparecimento da espécie na região.

Golfinho é animal de hábitos oceânicos, não de praia. Até então não havia registros nos estados de sua presença. O material apresentado para análise não possuía nada de especial.

Segundo Lupércio Barbosa, diretor-executivo do Instituto Orca, ONG que fez o resgate do animal, a espécie dificilmente vista nas praias brasileiras. “Ainda não tínhamos registro no Espírito Santo. Esta espécie de golfinho possui hábitos oceânicos, é um animal mais encontrado em águas profundas, não em praias. Até mesmo no Brasil é bem rara a observação dessa espécie.”, afirma.

Lupércio disse que, pelo resultado obtido nas amostras coletadas, tudo indica que o golfinho tenha morrido por ter se afastado da mãe e que não há evidências de ligação com com pesca de predação. “Este tipo de animal é extremamente dependente da mãe, inclusive para se alimentar. Quando ele aparece na praia dessa forma, geralmente, é para morrer”.

Desde julho deste ano já foram registrados 31 casos de baleias encalhadas no litoral capixaba e está é uma situação que tende a se repetir cada vez mais. Uma das principais causas, segundo o diretor executivo da ONG, seria o aumento do nascimento das espécies no litoral, “Será um fato corriqueiro daqui em diante, de dez anos para cá é verificado que está aumentando muito o número de nascimentos de baleias na região.”

As condições de água quentes e rasas, segundo o Instituto Orca, atraem está  espécie para o estado durante o ciclo de acasalamento e reprodução, principalmente entre os meses de julho e outubro, sendo que, geralmente, as baleias encalhadas já chegam à praia mortas.

Ainda não foram desvendados todos os fatores responsáveis pela morte da grande maioria das baleias encontradas no estado. Em alguns casos, foram apontadas marcas de colisão com embarcações, vestígios de redes de pesca e sinais de depredação de outros animais como possíveis motivadores.

A interferência do homem na natureza e as mudanças climáticas também são fatores considerados nos estudos. Segundo o médico veterinário e coordenador de pesquisas do Instituto Jubarte, Milton Marcondes, um dos fatores cogitados para a causa das mortes é a diminuição de alimentos na região da Antártida, devido ao aquecimento global.

Fonte: SeculoDiario

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