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NEGLIGENCIADO

Filhote de cão é resgatado com trabalhadores paraguaios de fábrica de cigarros em Duque de Caxias (RJ); ele agora tem um novo lar

21 de março de 2023
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

Um filhote foi resgatado durante operação realizada pela Polícia Federal para libertar trabalhadores paraguaios, mantidos em regime análogo à escravidão, em uma fábrica clandestina de cigarros, na Baixada Fluminense. O cachorrinho, encontrado com os estrangeiros, foi adotado por uma funcionária do Consulado do Paraguai que esteve no local para prestar os primeiros atendimentos às vítimas.

O cãozinho foi batizado de Libertatis, em homenagem à operação, que leva o mesmo nome e que estourou nessa segunda-feira, no bairro da Figueira, em Duque de Caxias, a produção ilegal de cigarros. No local, foram localizados e resgatados 19 trabalhadores paraguaios, mantidos em situação análoga à escravidão.

A PF informou que os estrangeiros estavam alojados na própria fábrica, sem condição de higiene. O grupo dividia o espaço com animais, esgoto a céu aberto e com os próprios resíduos oriundos da produção dos cigarros.

Além das condições precárias de moradia e trabalho, os funcionários também eram submetidos a jornadas excessivas. Eles trabalhava em média 12 horas por dia, sete dias na semana, inclusive durante a madrugada. O serviço era dividido em dois turnos, sem direito a descanso semanal. Além de não receberem remuneração, tinham a liberdade de locomoção restrita e ainda eram forçados a trabalhar sem equipamentos de proteção.

Em depoimento aos policiais, os trabalhadores resgatados afirmaram que foram trazidos do Paraguai com os olhos vendados, com a promessa de que trabalhariam na produção de peças de roupa. Ao chegarem ao Rio de Janeiro, foram encaminhados diretamente às instalações da fábrica, onde ficaram presos desde então. De acordo com a PF, os estrangeiros sequer tinham conhecimento da localidade em que se encontravam. Eles também relataram que tinham contato com apenas uma pessoa, responsável por levar os mantimentos, sempre armada e usando uma máscara que ocultava seu rosto.

Segundo os policiais, a fábrica tinha grande capacidade de produção e era responsável pela distribuição dos cigarros em todo o estado do Rio de Janeiro. Foi o segundo caso no mesmo município em pouco mais de sete meses e com trabalhadores na mesma condição.

A deflagração da Operação Libertatis contou com o apoio do Ministério Público do Trabalho e da Receita Federal. A ação tinha como objetivo o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, em diversas localidades do município de Duque de Caxias.

Fonte: Extra

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