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SOFRIMENTO

Filhote de cachorro que teve 50% do corpo queimado morre por infecção generalizada

A instituição que resgatou a cadela defende que a demora da família para socorrer a cadela prejudicou Esperança e configura negligência e omissão de socorro

6 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Arquivo Pessoal

O filhote de cachorro que teve 50% do corpo queimado depois de cair em uma bacia com água quente em Santos (SP) morreu na quinta-feira (5) após lutar pela vida por mais de uma semana. Entidades de proteção animal acusam a família do animal, que era uma fêmea, de negligência por demorar para prestar socorro à cadela.

Esperança, como passou a ser chamada, estava em coma desde que foi internada, na última quarta-feira (4). Segundo a assessora de comunicação da entidade responsável pela internação, Leila Abreu, a cadela já chegou desacordada à instituição.

“A temperatura dela estava baixíssima. Eu acho que a dor que ela passou fez com que ela perdesse as forças. Era um bebê, o coraçãozinho não aguenta a dor”, afirmou Leila, da ONG Viva Bicho, em entrevista ao G1.

Medicações sofisticadas e pele artificial foram adquiridas numa tentativa de salvar a vida da cadela, mas os esforços não foram suficientes. “Durante a madrugada, o pessoal ainda saiu para comprar um remédio para ajudar a manter a temperatura, mas não deu. Não conseguimos combater a infecção, não deu tempo”, lamentou.

A instituição defende que a demora da família para socorrer a cadela prejudicou Esperança e configura negligência e omissão de socorro. “Não existe justificativa. Aqui em Santos e em São Vicente, tem atendimento de graça. Não precisava de dinheiro para tratar”, pontuou Leila.

Relembre o caso

Esperança foi resgatada na última quarta-feira (4), pelo menos uma semana após cair em uma bacia com água quente usada pela filha de sua tutora. Duas entidades de proteção animal se uniram e tentaram salvar a vida da cadela, que morreu após dias de sofrimento.

Responsável pela ONG Patinhas que Brilham, Angela de Jesus Bandeira, de 56 anos, disse que uma das antigas tutoras do filhote pediu ajuda à entidade através de um aplicativo de envio de mensagem. “Ela relatou que havia uma bacia com água quente no chão e a cachorrinha caiu dentro. Pensando na dor do animal, só fui ajudar o mais rápido possível, mas, claro que pensamos como isso ocorreu e as faltas de cuidados”, afirmou ao G1.

“Quando eu estava em contato com a tutora, fui informada que o filhote estava daquele jeito há mais de uma semana, mas depois uma delas disse que o animal já estava na verdade com o corpo queimado há duas semanas. A situação mexeu muito com o emocional de toda equipe que está mobilizada para atendê-la. Ficamos chocados, porque o ser humano se sente dor já procura o hospital e o animal, indefeso, teria que ser da mesma forma. A pessoa precisa ter consciência que você não ter condições de cuidar de um animal não é pecado, o erro é se omitir e não procurar ajuda para ele”, completou.

A família, por sua vez, nega ter negligenciado a cadela. Mãe da jovem que pediu ajuda à entidade, uma mulher que preferiu não ser identificada disse que não tinha condições de arcar com os custos do tratamento do filhote. “Fomos informados que as diárias eram caras e que depois a gente via como pagar. Mas, como não temos condições, como vamos fechar um pacote de mais de R$ 1 mil sendo que não temos condições mesmo depois de bancar, então não é negligência”, disse ao G1.

“Minha filha tem endometriose, fez uma cirurgia e em tratamento, para as dores durante a menstruação, por própria orientação médica, ela esquenta água para fazer compressas. Ela colocou então uma bacia com água quente do lado da cama dela, nessa a cachorrinha estava dormindo, e minha filha foi até o banheiro. A cachorrinha acho que acordou e foi diretamente na vasilha. Assim que minha filha viu, tirou, e sem saber colocou debaixo da torneira para aliviar”, relatou.

A ex-tutora afirmou ainda que, no dia seguinte, Esperança tinha apenas vermelhidões pelo corpo e que foi levada a uma veterinária localizada na esquina da casa onde mora. Disse também que a profissional passou antibióticos para ser oferecidos à cadela, que não ficou internada. “Do nada a cachorra piorou e minha filha foi procurar a ONG. Isso do acidente aconteceu há cerca de uma semana, minha filha que se confundiu na hora e disse que não se lembrava para elas, que achava que tinha sido duas semanas”, disse.

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