A Polícia Militar do Rio Grande do Sul encontrou o corpo de um filhote de baleia-franca encalhado na Praia Guarani, na zona norte de Capão da Canoa, no Litoral Norte, na madrugada desta quarta-feira (10). O animal foi localizado por volta das 2h por uma equipe que fazia patrulha de rotina pela região entre as guaritas 66 e 67. O animal foi encontrado morto e enterrado na praia pela Patrulha Ambiental da Polícia Militar.
Segundo o biólogo do Ceclimar (Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos), Maurício Tavares, o animal é uma espécie muito comum na região e era um macho e possuía cerca de 5,9 m. Como o filhote já estava em decomposição, não foi possível avaliar a causa da morte.
“Ele pode ter ficado preso em uma rede, ou a mãe pode ter morrido”.
A suspeita é de que baleia tenha morrido há pelo menos um dia e veio para a costa trazida pela correnteza.
O biólogo explica que as baleias-franca são muito comuns no litoral gaúcho nesta época do ano. A espécie realiza migrações sazonais entre as áreas de reprodução, onde permanece durante o inverno e primavera, e as áreas de alimentação, onde permanece no verão.
No Atlântico Sul Ocidental, as principais áreas reprodutivas são as águas costeiras da Península Valdés, Argentina, e o sul do Brasil, especialmente em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. No Brasil, embora a principal área de ocorrência da espécie seja o litoral de Santa Catarina, existem evidências de nascimentos e acasalamento também no Rio Grande do Sul, onde podem ser observadas principalmente de agosto a outubro. No Estado, assim como nas outras áreas reprodutivas, a baleia-franca-austral exibe um hábito caracteristicamente costeiro, sendo muitas vezes observada próximo à zona de arrebentação das ondas.
No inverno e no outono, é muito comum encontrar animais marinhos na beira da praia, segundo Tavares. O biólogo explicou que eles vão para a orla para descansar. Nesta semana, um lobo-marinho foi localizado no Litoral Norte e conduzido ao Ceclimar por populares. Segundo Tavares, o animal foi avaliado e estava com saúde perfeita. Ele foi devolvido para a natureza, com uma numeração fixada em um dos membros.
“Os animais nunca devem ser removidos da praia sem uma avaliação técnica e não devem ser alimentados ou forçados a entrar na água”, salientou. “Eles saem por livre e espontânea vontade para descansar e da mesma forma retornam para o mar.
Fonte: R7