A edição deste ano do Carne de Cachorro de Yulin, na China, começou nesta segunda-feira (21), marcando novamente a história da china com o sangue de milhares de cães. Com duração de dez dias, o evento ficou conhecido por tirar a vida de até 10 mil cachorros.
No entanto, embora o festival ainda ocorra, seu público é cada vez menor. Isso é resultado da luta de ativistas chineses pela conscientização sobre direitos animais e também de ações do governo chinês, que no ano passado excluiu os cachorros da lista de animais explorados para consumo humano.
A pandemia de coronavírus também colaborou para a redução do consumo de carne de cachorro na China. Isso porque o vírus teria se originado em um mercado de venda de animais vivos e mortos, o que escancarou mais uma vez a forte relação entre a exploração animal e o surgimento de vírus pandêmicos.
Com todas essas mudanças, a estimativa é de que ocorra queda de mais de 50% no número de cães mortos no evento. Não se sabe, porém, se isso de fato ocorrerá, já que em 2020 acreditava-se que o festival sequer seria realizado neste ano não só pelo aumento da preocupação com o bem-estar animal, mas também com as zoonoses – doenças que passam de animais para humanos, como a Covid-19.
Estudo: 72% da população de Yulin não costuma comer carne de cães
Dados da Humane Society International (HSI) mostraram que 72% da população de Yulin não costuma consumir carne de cachorro. De acordo com os especialistas da instituição, o festival é motivado principalmente por turistas, não pelos moradores da cidade.
Ativistas chineses que atuam em parceria com a HSI afirmam ainda que é necessário proibir o comércio de carne de cachorro e gato no festival para enviar uma mensagem de que esse tipo e consumo não pode ser admitido. Essa proibição já existe nos municípios chineses de Shenzhen e Zhuhai.
“Essa matança terrível tem que parar”
O apelo internacional pelo fim do Festival de Carne de Cachorro de Yulin levou a Nação Vegana Brasil, grupo que luta pelos direitos animais, a criar um abaixo-assinado que conta com milhões de signatários. Para assinar, clique aqui.
“Essa matança terrível que ocorre durante o festival tem que parar. E nós, brasileiras e brasileiros, queremos ter nossas vozes ouvidas”, diz a petição. “Ativistas estimam que entre 10 e 15 mil cachorros e gatos são mortos para o Festival de Yulin, que acontece desde 2009. Foi só com a pressão da sociedade que o governo da China cogitou se mexer, em 2017. Precisamos manter a pressão neste ano!”, completa.