Impacto das águas mais quentes
Côrtes explica: “Com as mudanças climáticas, os fluxos oceânicos estão trazendo águas mais quentes e essas águas acabam pressionando esse vórtice e o ar frio escapa, é como se a gente estivesse apertando uma bola, um balão, então esse ar tende a escapar por algum outro local”.
Como resultado, o ar extremamente frio da Antártida está subindo pelo continente sul-americano, gerando uma frente polar que afetará grande parte do território brasileiro nos próximos dias. A previsão é que essa frente fria possa chegar até o Acre, resfriando significativamente várias regiões do país.
Fenômeno raro, mas com potencial de se tornar frequente
O analista ressalta que este é um fenômeno raro, sendo apenas a segunda ou terceira vez que ocorre neste século. No entanto, ele alerta que, com as mudanças climáticas, eventos como esse podem se tornar mais frequentes e intensos.
“O que acontece com as mudanças climáticas, eventos que eram raros, eles podem se tornar cada vez mais frequentes, então aquele evento que acontecia uma vez a cada 50 anos ou a cada cem anos, ele pode ter uma periodicidade reduzida a cada década, por exemplo, e também a intensidade dos eventos passa a ser muito maior”, afirma Côrtes.
Além do impacto no Brasil, o fenômeno também afeta a própria Antártida. Com as temperaturas acima da média, a região perde cobertura de gelo, especialmente na Península Antártica. Isso resulta em elevação do nível do mar, já sentida em algumas cidades litorâneas brasileiras, onde o mar avança sobre a costa e dificulta o escoamento de águas pluviais.
Fonte: CNN Brasil