A poodle Lindinha, 7 anos, sempre foi uma cachorra muito doce. Quando tinha cerca de 4, ela teve sua primeira e única cria. Cuidou de seus filhotes com carinho, amamentou e lambeu cada um deles.

Depois disso, ela não entrou mais no cio – e, obviamente, não teve mais nenhuma gravidez.

Recentemente, seus tutores, Débora e Renato Leite, adotaram um filhote de gato siamês.

Os animais são uma das paixões da pequena Isabela Miranda Leite, 4, filha do casal.

O filhote de gato foi apelidado por Isabela de Marmelada, em homenagem a um personagem dos seus desenhos favoritos.

Não foi surpresa para a família que, contrariando a histórica rivalidade entre cães e gatos, Lindinha acolhe com carinho o novo morador. E ela foi muito além. A cadela não só acolheu o felino, como também começou a tratá-lo como se fosse seu próprio filho.

Lindinha passou a limpar, lamber, cuidar, ninhar e acalentar Marmelada, que chegou na casa com cerca de um mês e meio.

O filhote, por sua vez, aceitou todos os carinhos de sua mãe postiça e começou a “mamar” na cachorrinha.

O estímulo foi tanto que Lindinha passou a dar leite. Hoje, com quatro meses, e quase que do mesmo tamanho que a cadela, ele continua na boa vida.

“É uma graça ver os dois. Eles brincam o dia todo”, diz Débora.

É da natureza

Essa história não é novidade para a médica veterinária Carolina Pereira, da clínica Saúde Animal de Bauru. “Já vi cachorro mamar até em vaca”, lembra.

Ela diz que esse comportamento é normal e comum. Não há com que se preocupar. A adoação é saudável e não tem como prejudicar nenhuma das espécies.

Porém, alerta que quando a relação materna se prolonga por muito tempo, é recomendável começar a separar os animais. “Não que seja um problema, mas é bom para o filhote começar a aprender a comer ração, por exemplo”, sugere.

Não se assuste

Adoção entre espécies diferentes é algo normal e acontece sempre.

Ama de leite

Os mamíferos são capazes de produzirem leite materno, mesmo sem terem passado por uma gravidez por causa da estimulação feita pelos filhotes diretamente nas mamas.

Cuidados

Sempre é bom cuidar da saúde de ambas as espécies e ficar atento ao controle de pulgas, carrapatos e outras doenças que podem ser transmitidas nessa relação maternal.

Com informações do Bom Dia