As fêmeas de babuínos Papio hamadryas, espécie que vive na região leste e norte da África, podem estar vulneráveis a uma forma de “violência doméstica animal”. Nem mesmo quando deixam de pertencer a um grupo, elas escapam das hostilidades: acabam reconquistadas pelos machos agressores.
A primeira evidência de que uma fêmea era abduzida por um macho que não é originalmente seu surgiu dos estudos feitos pelo biólogo Hans Kummer há mais de 40 anos atrás, em 1968. Mas só agora esses sequestros entre os símios foram observados e analisados por cientistas, entre 2007 e 2009.
Cada vez que ocorria o sequestro de uma fêmea, o macho protagonizava uma missão de resgate para trazê-la de volta ao grupo de convívio inicial.
Larissa Swedell, da Universidade de Nova York e coautora do estudo, especula que esse não seria um meio justo de se ganhar uma nova companheira e a perda de uma não era aceita pelo primeiro macho, que saía em busca dela com a ajuda de outras fêmeas.
“O vínculo é tão forte, que a fêmea volta para seu macho mesmo que ele seja o responsável pela ameaça”, diz Swedell –a pesquisa indica que o macho costuma dar mordidas e manter um controle rígido da fêmea.
A pesquisadora vê paralelos com a síndrome que acomete mulheres vítimas de violência doméstica e não são capazes de deixar seus companheiros agressores.
Fonte: Jornal Floripa