Quem tem animais em casa e se preocupa com a saúde e segurança deles, está sempre de olho para saber se não há nenhum sinal de que algo esteja errado, não é mesmo? A febre, que hora ou outra surge em nossos animais domésticos, é uma resposta do corpo a uma situação de desequilíbrio, geralmente causada por infecções, inflamações ou outros problemas de saúde. Mas como saber se o animal está, mesmo, com febre?
Os sinais mais comuns, segundo a médica-veterinária do serviço de internação, do Centro Veterinário Pet Care Morumbi (São Paulo/SP), Andrea Chemin Santos, são: prostração, letargia, falta de apetite (hipo a anorexia), vômito, taquipneia, mucosas congestas, tremores.
Quando questionada se a temperatura corporal de um animal febril é sempre percebida ao toque, Andrea afirma que não necessariamente. “Isso porque a temperatura corpórea normal do cão e do gato é mais alta do que a de nós, humanos, ou seja, a pessoa pode sentir o animal mais quente, e não necessariamente ele estar febril”, explica.
Portanto, orelhas e focinho quentes não são, necessariamente, um indicativo confiável de febre. “Por exemplo: orelhas quentes podem ser indicativo de otite (inflamação/infecção na orelha) e não necessariamente de febre”, aponta Andrea.
Segundo ela, a maneira mais confiável para saber se o animal está ou não com febre é a aferição de temperatura por termômetro introduzido via retal. “No entanto, este procedimento deve ser realizado por um médico-veterinário de confiança. O uso de termômetros infravermelho e auricular ainda não são métodos confiáveis para aferição de temperatura de cães e gatos”, afirma.
Andrea indica que a temperatura normal para cães e gatos pode variar de 37,5 a 39,3°C, mas o valor deve ser interpretado caso a caso. “Geralmente, considera-se febre quando a temperatura corpórea ultrapassa esse valor de referência. Este dado deve ser avaliado com cautela! Existem situações, por exemplo, em que animal pode estar extremamente agitado, sob estresse, num dia quente, com temperatura 39,5°C e este quadro não ser necessariamente febril”, salienta.
Vá ao veterinário
Por isso, a ida ao veterinário quando o tutor suspeita que seu animal está com febre é essencial. Isso porque inúmeras condições podem ocasionar febre nos animais domésticos. “As principais são processos inflamatórios e/ou infecciosos (como infecções bacterianas, virais, parasitárias). Mas a febre também pode ocorrer em outras diversas situações, como: reações vacinais, reações alérgicas, intoxicações, doenças imunomediadas, câncer, intermação”, enumera a profissional.
Na consulta, o médico-veterinário analisa o histórico do paciente, realiza exame físico e, por meio de exames complementares, como, por exemplo, exames de sangue, chega à raiz da febre. “Durante o tratamento, para controlar a temperatura, o tutor pode, em casa, garantir o resfriamento ambiental e evitar exposição do pet ao sol, evitar exercícios físicos e colocar uma toalha úmida e fria sobre o animal”.
Andrea finaliza com um alerta: “Quando suspeitar de febre, não medique o animal em casa, sem uma prescrição veterinária. Na dúvida, procure sempre um médico-veterinário”.
Fonte: Cães&Gatos