Uma tradição centenária da realeza britânica recebeu uma atualização vegana quando o pergaminho da coroação foi impresso em papel de algodão no lugar da pele de bezerro pela primeira vez.
O rei Charles e a rainha Camilla foram apresentados com o pergaminho de 21 metros antes do primeiro aniversário de sua coroação em 6 de maio. Ele documenta todos os detalhes da cerimônia de coroação até as flores usadas como decoração no dia. Tudo foi escrito à mão pela calígrafa Stephanie Gill e contém ilustrações coloridas do artista Timothy Noad.
A tradição de fazer registros escritos de coroações remonta a 1308, quando Eduardo II foi coroado. Pele de bezerro, conhecida como papel velino, foi usada anteriormente, mas desta vez nenhum produto animal foi utilizado porque o rei Charles diz estar “interessado no bem-estar animal”.
O rei já defendeu o bem-estar animal anteriormente, mas seus esforços nesse sentido nem sempre foram consistentes.
Ele ganhou elogios de ativistas em 2022 por confirmar que foie gras não era servido em residências reais. Acredita-se que ele sempre tenha sido contra essa “delicadeza”, que envolve a alimentação forçada de gansos para engordar seus fígados.
Durante uma turnê real no Quênia em 2023, Charles e Camilla “celebraram” os quenianos que promoveram o bem-estar animal e a proteção. Eles visitaram um santuário de elefantes e o local onde o ex-presidente queniano Daniel Arap Moi queimou 12 toneladas de marfim em 1989.
Mas Charles também permite a criação de ovelhas em terras reais, incluindo na propriedade de Sandringham Estate, de onde ativistas da Animal Rising resgataram três cordeiros em 2023. Ele é patrono da Associação de Queijos Especiais, come carne e considera ovos entre seus alimentos favoritos.
Charles também é um grande fã das cruéis corridas de pombos e até mantém um grande pombal em uma de suas propriedades. Ele já foi instado pela PETA para encerrar qualquer associação com esse tipo de corrida.
Apesar de sua campanha contra o marfim, geralmente retirado das presas de elefantes selvagens abatidos ilegalmente, a rainha Camilla segurou de forma controversa um cetro feito do material na coroação.
