Um britânico que fugiu de Kiev com sua família diz que sua esposa ucraniana está muito triste por seu cãozinho ainda estar em quarentena no Reino Unido, depois de sete semanas.

Mike Haley, 61, pensa em retornar com a esposa Alla, 51, e sua mãe Valentyna, 81, ao país devastado pela guerra, para que Archie, seu cão, seja deportado com eles.

Archie foi microchipado e vacinado, mas houve um problema técnico com sua inoculação contra a raiva, que aconteceu antes de ele ser chipado, deixando o cão detido pela Agência de Saúde Animal e Vegetal desde que chegou.

O órgão, supervisionado pela Defra, está preocupado que os animais que chegam ao Reino Unido estejam livres da raiva e por isso Archie recebeu uma segunda dose da vacina depois que chegou.

A família foi alojada em Newcastle com a ajuda de uma instituição de caridade, enquanto o cachorro Archie foi mantido a 360 km de distância em Aberdeen desde o início de abril.

Os Haleys estão preocupados com o risco à saúde dele após tomar duas doses próximas de vacina, por ele ser um cachorro pequeno, e dizem que deveriam ter feito exame de sangue no animal, o que não aconteceu. O casal está tentando descobrir melhor o que está acontecendo.

Haley disse: “Nós percorremos 3,2 mil km com ele. Ele recebeu um atestado de saúde na Holanda e foi examinado. Nós nos certificamos de que ele tivesse todas as vacinas.

“Este cachorrinho nos deu emoções positivas durante a guerra e então ele foi levado de nós quando chegamos. Isso é um tormento, é como uma tortura para minha esposa. Ela está passando por todo esse processo sem realmente entender o porquê está demorando tanto. Ela está doente com isso”, diz Haley. Sua esposa está tendo constantes ataques de pânico e outros problemas de saúde emocional.

Como tem mãe residente no Reino Unido, Haley também lutou para obter ajuda do conselho para encontrar acomodação no país, apesar dela morar em uma casa de repouso e não estar bem o suficiente para reconhecê-lo.

“A burocracia está impedindo minhas tentativas para abrir uma conta bancária e renovar a carteira de motorista, para que eu possa encontrar trabalho. Embora as pessoas tenham sido gentis, digo que os órgãos oficiais tem sido inúteis. Eu meio que pensei que algo seria organizado para ajudar as pessoas quando elas chegassem. Na Polônia e na Holanda, eles fizeram uma grande mobilização para ajudar na organização de que chegasse, mas aqui não tem nada. É como um pesadelo. E olha que eu falo inglês, mas deve ser muito mais difícil para quem não fala a língua”, disse ele.

Tamsin Baxter, diretora executiva de captação de recursos e assuntos externos do Conselho de Refugiados, disse: “A ideia de que alguém foge de um derramamento de sangue e perseguição na Ucrânia e chega ao Reino Unido encontrando apoio, já é para considerar o não retorno à Ucrânia. Aqueles, como Mike e sua família, que estão fugindo da Ucrânia são pessoas que sofreram traumas inimagináveis. É vital que eles recebam todo o apoio que precisam para se estabelecerem em nosso país”.

Um porta-voz do Defra comunicou que não poderia discutir casos individuais, mas disse: “Aumentamos os recursos e simplificamos os processos para garantir que aqueles que fogem da Ucrânia e entram no Reino Unido não sejam atrasados ​​​​por trazer seus animais de estimação. Introduzimos um novo teste rápido de sangue para raiva para reduzir os tempos de quarentena e os animais com maior risco estão sendo transferidos para isolamento.”