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VILHENA (RO)

Família acusa policial de atirar contra cachorro na frente de crianças

Valente é o nome do rottweiler vítima da bala de arma de fogo. A munição atravessou o crânio do cachorro.

24 de maio de 2022
4 min. de leitura
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Cachorro Valente passou por cirurgia após ser baleado — Foto: Reprodução

Um cachorro chamado Valente, da raça rottweiler, deu entrada em uma clínica veterinária de Vilhena (RO) após ser baleado no fim de semana. Segundo os tutores do animal, o autor dos disparos é um policial que estava à paisana pelo bairro e o tiro foi na frente de crianças.

Valente passou por avaliação veterinária e recebe tratamento, mas sem risco de morte. Um boletim de ocorrência sobre o caso foi registrado na delegacia da cidade.

A tutora do animal contou que passeava com o cão sem uma guia. Lucimara Fonseca da Silva relatou que estava conversando com uma vizinha quando Valente foi baleado na cabeça por um PM à paisana. A bala atravessou o crânio do cachorro.

No boletim consta que Valente teria ido na direção do policial, que naquele momento também estava andando com o cachorro dele, da raça pastor alemão.

Segundo o relato da tutora de Valente, o policial começou a gritar com ela e disse que ela era “doida em deixar o cachorro sem a guia” e então chutou o rottweiler.

Ela ainda relatou que, por conta da agressão, gritou para que o cachorro voltasse para perto dela. O animal obedeceu ao comando, porém o policial continuou falando alto e se mostrava alterado. Nesse momento, o rottweiler voltou na direção do homem, que sacou a arma de fogo e atirou na cabeça do animal.

Testemunhas afirmam que local dos tiros havia várias crianças e a dona do rottweiler estava com o filho, um bebê, no colo.

Saúde do Valente

Lucimara Fonseca da Silva, tutora do Valente, conta que ela levou o cachorro para o veterinário para receber os atendimentos necessários. O cachorro teve várias convulsões após o ocorrido, mas na manhã desta segunda-feira (23) já havia conseguido se alimentar.

Lucimara conta que Valente é conhecido da vizinhança e o animal é dócil.

“Estou chocada, assim como todos do meu bairro que conhecem meu cachorro. Ele brinca com as crianças aqui do bairro desde pequeno, joga bola com as crianças no campinho. As crianças presenciaram tudo e depois saíram chorando atrás do Valente. A vizinhança está muito comovida pelo fato. Ele é um cachorro de raça e sei que dá medo, mas ele é muito dócil e até tem medo de gatos e de cachorro pequeno. Ele só quer saber de brincar”, diz.

Lucimara conta por estar com a filha de um mês no colo, no instante dos disparos, teme que a audição da bebê possa ser afetada.

“Vou passar por uma psicóloga, pois estava com minha bebê de um mês no colo, próxima do policial, isso em tempo deixar ela surda ou ainda acertar a bala em uma das crianças que estavam na rua”, comenta.

Após o cachorro passar por procedimento cirúrgico, e ter várias convulsões, na manhã desta segunda-feira Lucimara recebeu a informação de que o Valente havia acordado bem e havia se alimentado sozinho.

Conforme informação do veterinário, Valente aguarda para fazer uma tomografia. Diante do resultado, o animal poderá retornar para casa e continuar o tratamento em domicílio.

O que diz o policial?

O policial à paisana, Pontes, destacou que está em seu período de férias. No dia do ocorrido, ele explicou ter agido em estado de necessidade, pois previu que o cachorro poderia atacá-lo.

“Eu estava passando com o meu cachorro devidamente com os equipamentos exigidos por lei, (enforcador) pelo bairro como toda a tarde eu faço, cachorro da raça pastor alemão. Quando passando na esquina, longe do cachorro dela, este visualizou o meu e saiu para atacar o meu. Momento em que eu tive que lutar com chutes e pontapés contra o cachorro dela pra me defender e defender o meu cachorro já que ele veio em minha direção. Em dado momento ele retornou até a tutora, onde a mesma não tomou nenhuma atitude para contê-lo”.

“Gritei para que ela segurasse seu cão, o que nada foi feito. Então quando me virei de costas ele avançou novamente e pra me defender chutei por várias vezes o cachorro e quando sem forças, tive que efetuar o disparo pra conter o cão. Se o cachorro dela tivesse com os devidos cuidados nada disso teria acontecido. Quanto ao meu cachorro estava com enforcadeira, dentro das especificações da lei do município de Vilhena, pontua”.

O que diz a PM?

Em contato com a Polícia Militar de Vilhena, a assessoria do órgão pontuou que o registro seguiu com omissão de cautela na guarda ou condução de animais e encaminhado à delegacia da Polícia Civil.

Sobre o disparo da arma de fogo, foi dito que se trata de estado de necessidade, pois “ele foi obrigado a tomar essa medida”.

Fonte: G1

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