Corumbá precisa de ações para orientar a população sobre a convivência com animais do Pantanal. É o que defende o Comitê de Incêndios Florestais e Contenção de Animais Silvestres, que fez o resgate de três onças-pintadas, no quintal de uma casa no dia 7 de junho, na cidade que fica 419 quilômetros de Campo Grande. Uma das onças, que estava em uma árvore, morreu depois de ser sedada e cair no rio Paraguai, mas deixou dois filhotes que estão no Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), na Capital.
Embora o aparecimento de onças e outros animais seja frequente na região do rio Paraguai e na área urbana, não há registro de ataques nesse ano, de acordo com o veterinário Walfrido Moraes Tomas, da Embrapa Pantanal (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro de Pesquisa Agropecuária do Pantanal), entidade que faz parte do Comitê.
O veterinário afirma que o Comitê tem algumas ações nesse sentido, porém não tem essa função. “Estas atividades ainda carecem de organização e implementação e poderiam ser efetivamente conduzidas em parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente e as ONGs (organizações Não-governamentais), por exemplo”, sugestiona.
Segundo Walfrido, já foram mapeadas as áreas de maior risco de visitação por onças-pintadas e por onças pardas e um folder foi elaborado para orientar a população a como se comportar em situações desse tipo. O veterinário defende a criação de um programa de orientação efetivo, que ofereça palestras nas escolas, produção de cartazes e reuniões com a população, nas áreas de maior risco.
Para o Comitê, a convivência entre a população e as onças em seu habitat, que fica na outra margem do rio Paraguai, é plenamente possível, mesmo com a proximidade. Porém, quando os animais se refugiam na área urbana, fugindo das cheias do rio e de grandes incêndios a situação se torna preocupante. Nesses momentos, os moradores precisam estar preparados para agir de modo a não provocar ou acuar os animais.
Conforme a Embrapa Pantanal, além de onças-pintadas e pardas, na região são comuns a circulação de espécies ameaçadas, como capivaras, sucuris, ariranhas, lontras e jacarés; além de macacos, tamanduás, ouriços caixeiros, cobras, jaguatiricas, marsupiais, lobinhos, gatos mouriscos, abelhas, vespas, entre outros. “A situação de Corumbá é peculiar em função da boa conservação dos habitats, então é necessário que a população esteja esclarecida sobre como conviver com isso e proteger a fauna. É sempre bom lembrar que perseguir ou matar animais silvestres é crime, e se for uma espécie ameaçada de extinção há um agravante considerável”, destaca Walfrido.
Fonte: Pantanal News