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DESPREPARO

Falta de plano estadual põe animais em risco em novas tragédias no RS

CRMV-RS alerta que, mesmo após maior enchente da história, Estado ainda não estruturou política eficaz de proteção animal em emergências

26 de abril de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação

Um ano após a maior enchente da história do Rio Grande do Sul, o Estado segue sem um plano estruturado para proteger os animais em situações de desastre. O alerta é do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS (CRMV-RS), que aponta a falta de diretrizes, treinamentos e estrutura adequada como uma grave omissão do poder público. “Se hoje tivermos uma nova tragédia, continuamos sem saber a quem recorrer ou para onde levar os animais. Nada foi feito com a robustez que o momento exigia”, afirma Mauro Moreira, presidente do CRMV-RS.

De acordo com o SisPetRS, ainda existem 848 animais em 11 abrigos ativos em Porto Alegre e Canoas, sem destino certo. A maioria é composta por cães de grande porte, idosos ou com necessidades especiais, cuja adoção é mais difícil. O encerramento dos lares temporários e a queda no número de voluntários agravam ainda mais a situação. “Os animais passaram a ser vistos como um ‘problema’. Precisamos reverter essa lógica com políticas públicas robustas e permanentes”, ressalta Moreira.

Durante a tragédia de 2024, o CRMV-RS coordenou o Gabinete de Crise, que mobilizou mais de 600 profissionais voluntários de todo o Brasil. Foram resgatados e atendidos mais de 20 mil animais, entre cães, gatos, cavalos, bovinos e silvestres. A operação também distribuiu toneladas de donativos, vacinas e insumos veterinários, além de implantar protocolos sanitários em abrigos para prevenir zoonoses. Apesar dos avanços, o Conselho reforça que essa estrutura emergencial não pode ser a única resposta diante de eventos climáticos extremos.

O CRMV-RS propõe a criação urgente de um Plano Estadual de Desastres voltado à saúde animal, com mapeamento regionalizado, capacitação contínua e definição clara de responsabilidades. A entidade também cobra a presença obrigatória de médicos-veterinários nas equipes de saúde municipais. “Nenhum Estado está preparado para enfrentar um desastre sem planejamento. O improviso de 2024 não pode se repetir”, finaliza o presidente do CRMV-RS.

Fonte: Cães&Gatos

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