Poderia ser só isto, um lacrimejamento ou algum incômodo. Coisas simples podem se tornar enormes, quando se trata desses sinais nos olhos. Você já percebeu algo parecido em seu animal doméstico? Alguns desses sintomas aí podem estar relacionados com as mais diversas doenças que atingem a região ocular de cães e gatos.
Assim como para os humanos, a visão é muito importante. Há quem considere que muitos animais cegos têm mais facilidade de se adaptar e se tornarem até independentes. Só que o tutor não pode descuidar quando o assunto é a visão. Diferente de nós, eles também podem enxergar no escuro e necessitam de apenas um quarto da luz. Já pensou se, de repente, tudo escurecesse para o seu animal por conta de uma úlcera ou ceratite?
A conjuntivite e úlcera são as mais atendidas em clínicas de Montes Claros. De modo geral, a médica veterinária, Vanessa Ferreira, aponta o que é necessário fazer para prevenção, e como os tutores podem ser vilões, prejudicando os animal.
“Muita gente anda de carro com o cachorro com a cabeça fora da janela. Isso não é o recomendável. Se notar algo diferente no animal, não se pode fazer a automedicação. O primeiro passo é levar ao veterinário, logo que ele apresentar alguma secreção e estiver coçando. Uma simples conjuntivite pode ser algo mais”, conta
O olfato e a audição passam a ser aliados nesse processo, por isso é fundamental estimulá-los. Para saber se o seu animal está com alguma doença, o recomendado é levá-lo em um especialista para identificar com antecedência o que ocorreu. Outro ato que o dono precisa ter atenção é na hora do banho. Prazeroso para alguns, mas se atingir a região dos olhos com sabão ou shampoo, pode acabar causando irritações e vermelhidão.
O projeto Vira Lata
O afeto também cai bem e deixam-os mais dóceis e amáveis. O projeto Vira Lata, em Montes Claros, tem acolhido animais na cidade em situações de dificuldades, como é o caso da Pity. Há pouco tempo ele foi encontrada pela idealizadora Érica Janaína; a cadela já estava com conjuntivite.
Hoje, Pity conta com muito carinho e atenção. Após o tratamento, a cachorrinha ficará disponível para adoção.”Tenho um projeto, o projeto Vira Lata. Nós castramos os cães de rua, com ajuda de doações dos membros do grupo, da nossa página e de quem se interessa pela causa. Pity nós achamos já com essa doença nos olhos. Estamos cuidando dela com colírios e antibióticos, mas o processo é lento por conta do grau avançado de conjuntivite. Além do olho, ela também está com outras doenças; tem pouco tempo que começou usar os medicamentos. Em duas semanas mais ou menos, já começaremos a ver o resultado. Assim esperamos”, conta.
Alguns animais são mais agitados e tendem a querer morder e coçar os olhos. Vanessa considera o chamado “abajur” um bom objeto para evitar futuras doenças. “A prevenção é sempre levar ao veterinário, o tratamento para conjuntivite são os colírios e anti-inflamatórios. Quando o cão coça, causa úlcera, e isso é uma das rotinas no consultório. Por isso, deve-se usar o colar elizabetano, para evitar que ele não fique coçando,” acrescenta.
Outras doenças que são comuns nos cães são a catarata, que pode ser por herança genética e obstruir a visão. Já o glaucoma, que assim como nos seres humanos, afeta a retina.
Início
O projeto Vira Lata foi criado em 2017, quando Érica fez um vídeo falando da situação precária de alguns animais no centro da cidade. Quando a temperatura caía, os cãezinhos ficavam sem ter para onde ir. Foi então que ela juntou com uma amiga para montá-lo.
Agora, há uma parceria com uma clínica veterinária, onde são oferecidos descontos para poder castrar os cachorros de rua, inclusive da região central. “Naquela época estava chovendo muito, eles se juntavam debaixo das coberturas dos bancos no centro; era uns 10 cães, todos encolhidos. Aí postei em um grupo no rede social, onde tem muitos protetores, foi aí que a gente queria fazer algo pra mudar essa situação”, acrescentou.
Mais cuidados
Os olhos devem estar bem limpos. A dica é não deixar a agitação do cachorro prevalecer, pois pode fazer com que ele mexa os olhos e suas estruturas oculares ficam danificadas. Se for menor, enrolar ele em um pano úmido, deixando de fora apenas sua cabeça.
Caso houver muita secreção, é importante apostar em uma compressa umedecida com água morna, para amolecer as cascas. Em seguida, elas estarão moles o suficiente para serem retiradas.
Na hora da viagem ou passeio de carro, não deixe o seu animal com a cabeça para fora da janela.
Em caso de olho infectado, a dica é lavar com o soro fisiológico. Com cautela, o soro deve ser aplicado, removendo tudo o que há em volta dos olhos. Alguns destes procedimentos devem ser repetidos entre três e quatro vezes por dia.
Fonte: G1