Por Marcela Couto (da Redação)
O aumento contínuo de tropas americanas em Kandahar, no Afeganistão, aumentou também a demanda por cães recrutados para trabalhar no país, causando problemas inesperados com a falta de ração de qualidade.
O número de cães levados ao país para procurar minas, explosivos e acompanhar soldados em patrulha cresce a cada dia. Nick Guidas, responsável por supervisionar o trabalho dos animais, disse que há 50 cães em operação neste momento e cerca de 20 aguardando novas missões. Ele prevê que os animais cheguem a 220 em julho.
Os canis do exército abrigam pastores belga, alemão e holandês e labradores, altamente treinados durante toda a vida para o trabalho humano.
“Devido ao aumento da demanda por cães trabalhadores, meu maior problema tem sido conseguir boa ração”, disse Guidas. “É difícil convencer as pessoas de que isso é uma prioridade, mas precisamos de comida de qualidade para manter esses cães.”
Guidas explica que, para atender às missões exaustivas, os cães precisam de comida especial e não podem comer qualquer ração.
A tal ração especial, que é comercializada nos EUA e tem doses extras de proteínas e nutrientes para manter os cães saudáveis enquanto trabalham no extremo calor ou frio, deve ser enviada ao Paquistão e então chega à Kandahar por caminhões.
Porém, o espaço disponível nos caminhões é limitado e priorizado. Alimento e armamentos para humanos vêm em primeiro lugar, e a logística ainda precisa ser adaptada para atender também às necessidades dos cães.
“A comida para os cães não chega a ser mais importante que uma Coca-Cola ou uma batata frita,” revela Guidas. “Só chega de vez em quando.”
Os EUA possuem cerca de 2.800 cães militares, a maior tropa canina do mundo. O país usa os animais para o combate desde a Primeira Guerra Mundial, mas pelo jeito, apesar de “essenciais”, esses cães perdem lugar para os soldados quando o assunto é alimentação básica.
Com informações de Los Angeles Times