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TRAGÉDIA

Falhas na segurança em zoológico australiano resultam na morte de animais de espécies ameaçadas

Caso repete falhas já registradas no mesmo zoo, onde pinguins também foram mortos em situação semelhante anos atrás.

26 de agosto de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Facebook / Gilbert’s Potoroo Action Group

Mais um caso previsível e facilitado pelo homem, resultou na morte de vários animais no Zoológico de Melbourne, na Austrália. Uma raposa-vermelha, vítima da introdução humana forçada no ecossistema australiano no século XIX, entrou em um recinto e matou três potoroos-de-nariz-comprido, uma espécie já vulnerável à extinção.

Apesar de muros altos, cercas com arame farpado e monitoramento, a raposa conseguiu entrar, expondo os animais aprisionados a uma morte totalmente evitável. Vale lembrar que essas mesmas espécies, se tivessem a liberdade de viver em seus habitats naturais preservados, poderiam contar com seus próprios mecanismos de defesa, em vez de depender de grades e muros incapazes de protegê-los.

A presença da raposa-vermelha na Austrália é resultado da introdução deliberada feita por colonizadores no século XIX para a prática da caça. Hoje, o animal é apontado como vilão do declínio da fauna nativa, mas a responsabilidade é humana, tanto pela introdução da espécie exótica quanto pela destruição de ecossistemas. Criminalizar a raposa apenas perpetua a lógica de exploração e controle da natureza.

O mesmo zoológico foi palco, em 2015, de outra tragédia. Na ocasião, 14 pinguins foram mutilados também por uma raposa. O caso deveria ter servido de alerta definitivo sobre os riscos do confinamento, mas a repetição prova que a estrutura desses locais não é capaz de garantir segurança e que os humanos não se importam com isso.

O zoológico afirmou que “medidas adicionais de segurança e monitoramento” foram implementadas, mas não explicou de que forma lidou com a raposa invasora, apenas alegando que o animal foi “tratado humanamente”. A falta de transparência levanta dúvidas sobre o real destino dela.

A proteção de espécies vulneráveis como o potoroo não se dará trancafiando-os em parques cercados por predadores introduzidos por nós mesmos, mas através da proteção de seus ecossistemas e de programas de reprodução em ambientes controlados e não abertos ao público.

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