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ESTUDO

Falar com 'voz de bebê' funciona (e muito) com gatos

5 de novembro de 2024
Tilt/UOL
2 min. de leitura
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Foto: Getty Images

Falar com os gatos usando a “voz de bebê”, aquele tom mais agudo e cantado, pode chamar mais a atenção deles. Um estudo recente aponta que eles podem usar desse recurso para identificar quando o tutor está falando com ele — e não com outro humano. Esse comportamento já tinha sido observado em cachorros, mas agora os gatos também entraram na lista.

Para quem acha que os gatos são independentes demais para se conectar com seus tutores, essa pesquisa pode quebrar esse estereótipo — para a alegria das mães e pais deles.

O estudo foi realizado com 16 gatos e liderado por Charlotte de Mouzon e seus colegas da Universidade de Paris Nanterre, na França. O resultado foi publicado na Animal Cognition, na última terça-feira (25/10).

Gatos reconhecem os tutores

A ideia era entender um pouco mais sobre a relação individual entre humanos e gatos. Os especialistas utilizaram áudios pré-gravados, registrando algumas frases ditas pelo tutor e repetidas por estranhos. As reações deles foram observadas ao ouvir cada som. Qualquer movimentação foi devidamente anotada, como a agitação nas orelhas, caudas e pupilas dilatadas.

Os resultados mostram que a voz do tutor fez grande diferença na hora de capturar a atenção dos gatos: 10 entre 16 deles exibiram um comportamento de alerta — como se reconhecesse aquele som. Em comparação, a voz da pessoa estranha dizendo o nome do gato não refletiu o mesmo efeito em grande parte deles.

“Durante muito tempo pensou-se que os gatos são animais muito independentes, apenas interessadas em humanos para comer e se abrigar. O fato é que eles reagem especificamente ao seu tutor, e não apenas a qualquer um que se dirige a eles”, disse de Mouzon, à época.

A forma de comunicação campeã entres os gatos foi aquela gravada no estilo “conversa de bebê” — ou no tom que normalmente os tutores se comunicam no dia a dia com eles. E vale o alerta: esse recurso de voz cantada ou aguda não funcionou com estranhos.

Por outro lado, as mesmas frases (antes em “voz de bebê”) foram repetidas pelos tutores em tom normal — como se estivessem falando com outro adulto. No entanto, a pesquisa não capturou a mesma atenção dos gatinhos.

As descobertas do estudo trazem uma nova dimensão na relação homem-gato. Então, nada de ficar com vergonha de falar com seu gato usando aquela vozinha especial.

Esse tipo de comunicação pode gerar um vínculo ainda maior com o animal, segundo a pesquisadora. “Também falo com meus [dois] gatos como se fossem crianças – e eles respondem. Eles percebem que estamos dando atenção a eles”, completou Mouzon.

Fonte: UOL

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