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PREOCUPANTE

Faixa marrom se espalha pelo Atlântico e intriga especialistas

26 de setembro de 2025
2 min. de leitura
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Foto: Google

Uma imensa faixa marrom, visível até por satélites, vem se estendendo por milhares de quilômetros no Atlântico, entre a África e o Caribe. A formação, comparada em tamanho a um continente, está despertando preocupação entre cientistas e moradores de regiões costeiras.

O que realmente forma a mancha marrom?

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), o que parece apenas uma mancha no mar é, na verdade, um cinturão formado por bilhões de algas conhecidas como Sargassum. Esse conjunto, chamado de Great Atlantic Sargassum Belt, já se estendeu por mais de 8.000 km e vem crescendo desde 2011.

No alto-mar, esse tapete pode até servir de abrigo para tartarugas e peixes. Mas, quando chega às praias, a cena muda completamente: o material se acumula na areia, libera mau cheiro e ameaça a vida marinha costeira.

Por que esse cinturão está aumentando?

De acordo com um estudo do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), o crescimento explosivo do cinturão está ligado ao excesso de nutrientes que chegam ao oceano. Grandes rios, como o Amazonas, além de descargas agrícolas e urbanas, despejam nitrogênio e fósforo, criando o ambiente perfeito para a proliferação.

Combinados ao aquecimento da água e a mudanças nas correntes oceânicas, esses fatores explicam por que a faixa marrom se tornou tão frequente nos últimos anos.

Quando o mar avança sobre as praias?

O problema maior acontece no litoral. Ao se decompor, as algas liberam sulfeto de hidrogênio, gás com cheiro de ovo podre que pode causar irritação nos olhos e dificuldades respiratórias. O excesso de matéria orgânica também reduz o oxigênio na água, colocando em risco peixes e corais.

No Caribe e em regiões do Atlântico, comunidades costeiras já relatam prejuízos ao turismo e à pesca. Hotéis gastam milhões para manter as praias limpas, enquanto pescadores enfrentam redes entupidas e barcos bloqueados pelo material.

Um fenômeno que deve se repetir

Pesquisadores alertam que esse não é um episódio isolado. Desde 2011, o cinturão marrom aparece em maior ou menor intensidade, mas dificilmente deixa de surgir. Com o aquecimento global e o aumento da poluição dos rios, a expectativa é de que o fenômeno se torne ainda mais comum.

Um aviso dos oceanos

A faixa marrom que cruza o Atlântico é mais do que uma curiosidade científica. Para especialistas, ela funciona como um aviso claro de que os oceanos estão mudando rapidamente e respondendo às pressões da atividade humana.

Fonte: Revista Oeste

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