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INVESTIGAÇÃO

Facebook se transforma em plataforma de comércio ilegal de vida selvagem e produtos de origem animal

21 de março de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Freepik

Redes sociais e plataformas de vendas se transformaram em verdadeiros classificados de comércio ilegal de vida selvagem e produtos de origem animal, como presas e chifres, e o Facebook é um dos líderes em anúncios.

Essa fórmula exclusiva da Max Titanium contém alto teor de proteínas que auxiliam na formação dos músculos. Composto por três tipos de proteínas do soro do leite (Concentrada (WPC), Isolada (WPI) e Hidrolisada (WPH), suas matérias-primas possuem alta quantidade de aminoácidos, principalmente de BCAAs. A linha Mais Performance fornece de 31g a 32g de proteínas por porção, além de 11 vitaminas e 6 minerais.

Um estudo realizado por Jennifer Pytka, estudante de doutorado na Universidade de Pádua, da Itália, que investiga o comércio não documentado de peixe-guitarra (espécie criticamente ameaçada de extinção), dá uma ideia do volume de ofertas disponível no app de propriedade da Meta.

Após 21 dias de intensa pesquisa, ela encontrou 977 anúncios de produtos derivados do animal, em especial o seu espinho, em diversas plataformas, sendo 30% só no marketplace do Facebook.

O portal Business Insider fez uma busca na rede social de Mark Zuckerberg e em menos de dois minutos identificou contas que comercializavam chifres de peixe-guitarra e, em menos de 20 minutos, encontrou à venda em grupos macacos-esquilo, também ameaçados de extinção.

Além disso, achou vários pássaros exóticos, felinos selvagens e diversas espécies de tartarugas. Isso sem contar cães, gatos, porquinhos-da-índia e galinhas.

Procurada, a Meta indicou à reportagem do BI a sua política interna, que indica que as listagens na plataforma não podem promover a compra ou venda de animais, produtos de origem animal ou terras em áreas de conservação ecológica.

As páginas identificadas pela reportagem como violadoras dessa política foram removidas, confirmou um porta-voz da empresa.

Como as redes sociais impulsionam as vendas de espécies exóticas
Crawford Allan, diretor sênior de vida selvagem do World Wildlife Fund-US, disse ao BI que, desde a pandemia, as plataformas de mídia social viram uma explosão nas vendas on-line de espécies exóticas.

“É difícil para as empresas acompanharem o enorme volume de listagens e os métodos astutos que os criminosos usam para evitar filtros automatizados nas redes sociais”, observou.

O World Wildlife Fund há anos fornece às empresas que fazem parte da sua coligação antitráfico – e a Meta é uma delas – dados para ajudar a identificar novos termos de pesquisa de palavras-chave que os vendedores ilegais estão utilizando, bem como imagens de produtos ilícitos e listagens suspeitas para que possam ser removidas.

As 30 principais empresas de tecnologia que fazem da coligação comprometeram-se a utilizar os conhecimentos da WWF para remover 80% do conteúdo de tráfico de vida selvagem das suas plataformas até 2020. Porém, neste mesmo ano, uma pesquisa da Aliança para Combater o Crime Online (ACCO) verificou que o Facebook “não cumpriu a sua promessa”.

“Em apenas dois cliques do mouse, nossos pesquisadores conseguiram localizar conteúdo substancial de tráfico de vida selvagem”, escreveram os pesquisadores responsáveis. “Imitando o processo de busca que um usuário médio do Facebook pode empregar quando procura comprar produtos ilegais de vida selvagem, como marfim ou animais de estimação exóticos, descobrimos que os traficantes operam fácil e abertamente na plataforma.”

Segundo Allan, da WWF, o comércio ilegal de vida selvagem é a segunda ameaça mais significativa às espécies ameaçadas depois da perda de habitat. Ele acrescentou que as plataformas de redes sociais são agora o mercado dominante para prática. “Milhares de espécies são exploradas, com muitas populações sendo levadas à beira da extinção para atender à demanda global”, completou.

Fonte: Época

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