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ESTUDO

Extinção de espécies de aves provocada pelo homem é duas vezes maior do que se pensava

21 de dezembro de 2023
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Leon Neal/Getty Images

Uma nova pesquisa revela que aproximadamente 12% das espécies de aves do mundo foram levadas à extinção devido à atividade humana, um número duas vezes maior do que estimativas anteriores indicavam. Publicado na terça-feira na Nature Communications, o estudo estima que cerca de 1.430 espécies de aves desapareceram desde o Pleistoceno Superior, há aproximadamente 120 mil anos.

O levantamento considera as extinções conhecidas, identificadas por meio de registros fósseis ou outros métodos, que totalizam cerca de 640 espécies. Além disso, a pesquisa inclui aves extintas sem registro, denominadas “extinções sombras”. O Dr. Rob Cooke, modelador ecológico do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido e autor principal do estudo, destaca a importância de obter uma estimativa mais precisa das extinções de aves desconhecidas.

Para calcular o número de extinções não registradas, a equipe utilizou um modelo estatístico, tomando a Nova Zelândia como referência, onde não há extinções desconhecidas. O modelo extrapolou as 640 espécies conhecidas para criar uma estimativa de quantas espécies poderiam ter existido. Subtraindo as extinções conhecidas e as espécies vivas restantes, obteve-se o número de extinções não descobertas.

O estudo concentrou-se em populações de aves insulares, já que aves não migratórias enfrentam dificuldades na dispersão. As principais causas de perda de espécies de aves são o desmatamento, a caça excessiva, incêndios e espécies invasoras.

A pesquisa aponta o século XIV como um período crítico de extinção, marcado por uma “onda de extinção de vertebrados provocada pelo homem” no Pacífico oriental, impulsionada pela colonização humana, desmatamento e introdução de espécies invasoras.

O estudo destaca a importância das aves na manutenção dos ecossistemas terrestres, desempenhando papéis cruciais na dispersão de sementes, polinização de plantas e fertilização de recifes de coral e terra.

Apesar de o número de extinções estimado em 1.430 ser considerado conservador, os pesquisadores alertam que as perdas podem ser ainda maiores, chegando a 2.000 espécies. As futuras extinções continuariam se as atuais tendências persistirem, com a crise climática, diminuição de fontes de alimentos e desflorestação pressionando as espécies.

O Dr. Alexander Lees, leitor de biodiversidade na Universidade Metropolitana de Manchester, ressalta que o estudo destaca lacunas na avaliação da crise de extinção de aves e destaca a necessidade de aumentar os esforços de conservação e restauração do habitat liderados pelas comunidades locais.

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