Corridas de cavalo são um dos exemplos mais cruéis e fatais da exploração animal pelos seres humanos. Criados com o único fim de competir, submetidos a técnicas que alteram sua estrutura física em prol de maior velocidade, canelas mais finas e cascos que mal toquem o chão, esses animais muitas vezes morrem ou ficam aleijados para sempre nas competições, organizadas apenas com objetivo de lucrar com as apostas dos frequentadores.
Um desses animais miseráveis é o cavalo que ficou em último lugar na última Copa de Melbourne (corrida de cavalos), na Austrália em 05 de novembro: Rostropovich, que foi levado às pressas para o veterinário com suspeita de fratura na pélvis, segundo o responsável pelo animal.
A entidade organizadora da corrida, Racing Victoria, confirmou que ele foi examinado pelos veterinários após a corrida de 3200 m e foi considerado “manco”.
O “treinador” do animal, David Hayes, disse à News Racing que o cavalo está “recebendo tratamento” em uma clínica em Werribee, no sudoeste da cidade.
“Ele não suportava seu próprio peso”, disse Hayes.
Os estábulos da Lindsay Park Racing, que pertencem ao responsável pelo cavalo, twittaram que Rostropovich “está em ótimas mãos no U-Vet Werribee Equine Center”.
“O prognóstico para uma recuperação completa é bom”, dizia o post na rede social.
O Racing Victoria disse que o cavalo foi transferido para o Centro Equino da Universidade de Melbourne para uma “avaliação adicional”.
O jockey Dwayne Dunn, que montava o cavalo na hora do acidente, disse aos repórteres após a corrida: “Infelizmente, ele não se saiu muito bem”.
A lesão e o sofrimento do animal foram severamente criticados por ativistas dos direitos animais e políticos anti-corrida.
A Coalition for the Protection of Racehorses (Coalizão para a Proteção dos Cavalos de Corrida) postou uma pergunta provocativa no Facebook “Rostropovich será o próximo?”, referindo-se ao número de cavalos mortos em corridas.
“Realmente esperamos que o cavalo irlandês Rostropovich não seja a próxima fatalidade da Copa de Melbourne, mas há relatos de que ele se feriu gravemente”.
A Coalizão apontou que a lesão geralmente termina com a eutanásia dos cavalos de corrida.
O partido Animal Justice NSW twittou: “Estes são os tipos de ferimentos horríveis que os cavalos sofrem ao serem forçados a correr na cruel #MelbourneCup”.
“Esperamos sinceramente que ele possa ser salvo”.
O senador Mehreen Faruqi, do Partido Green (Verde), twittou: “Eu realmente espero que ele esteja bem. Quando os animais e o jogo se misturam, os animais sempre sofrem mais”.
“Isso é tão tragicamente previsível. Ano após ano, vemos o sofrimento desnecessário dos cavalos, mas nada muda”.
Rostropovich terminou em quinto lugar na corrida do ano passado.
Seis cavalos de corrida morreram nas Copas de Melbourne desde 2013, provocando um aumento do sentimento anti-corrida e o lançamento da hashtag #NupToTheCup sobre o tema este ano.
No ano passado, o cavalo Cliffsofmoher foi sacrificado em frente às multidões em Flemington, depois que quebrou o ombro.
A corrida deste ano, palco do incidente, foi vencida pelo cavalo Vow e Declare.
Tragédias de Cavalos: A história das mortes da Copa de Melbourne
Ativistas dos direitos animais apuraram que seis cavalos morreram na Copa de Melbourne desde 2013.
2013: Égua francesa Verema é morta por indução após quebrar um osso da perna e não conseguir terminar a corrida
2014: Admire Ratki desmaia e morre em seus estábulos após a corrida. Enquanto isso, Araldo quebra a perna e é sacrificado.
2015: Cadeaux Vermelho sofre uma fratura óssea. O cavalo foi sacrificado uma quinzena depois.
2017: Regal Monarch é sacrificado depois de cair na quarta corrida da Copa
2018: Cliffsofmoher é sacrificado em frente às multidões em Flemington depois de quebrar o ombro.
A Austrália tem atualmente 30 mil cavalos sendo treinados para competir em corridas segundo a News Austrália.
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