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Experiências dolorosas são realizadas em macacos nos laboratórios do Reino Unido

7 de outubro de 2015
3 min. de leitura
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Por Vanessa Norcia Serrão (da Redação)

Foto: Cruelty Free International
Foto: Cruelty Free International

Uma investigação sobre experiências realizadas com macacos em laboratórios no Reino Unido, descobriu que eles continuam sendo submetidos à experiências extremamente dolorosas, invasoras e perniciosas. Apesar destes animais terem supostamente “proteção especial”, segundo a legislação da União Européia e do Reino Unido.

A pesquisa foi realizada por cientistas da Cruelty Free International, principal organização global dedicada a acabar com as experiências com animais, baseada em recentes experiências publicadas em revistas científicas. Foi constatado que os macacos continuam a ser usados, apesar das alternativas existentes, que aliás são bem mais úteis aos seres humanos.

Embora, haja uma proibição da utilização de grandes primatas em experiências no Reino Unido, não existe tal proibição em vigor para os macacos. No entanto, os macacos são muito semelhantes aos grandes primatas, pois são muito inteligentes e têm uma capacidade semelhante para sofrer.

O Reino Unido é o terceiro maior consumidor de macacos em experiências na União Européia, utilizando mais de 2.000 deles cada ano, incluindo macacos e saguis. Pesquisas continuam sendo feitas sigilosamente em universidades, hospitais, instalações de testes e até laboratórios do governo do Reino Unido.

Tal atrocidade acontece apesar de uma pesquisa realizada pelo governo do Reino Unido em 2014 ter apontado que o uso de macacos em experiências não tem apoio público. A pesquisa constatou que apenas 16% dos entrevistados concordavam com a utilização de grandes primatas para experiências médicas que beneficiassem os seres humanos e somente 19% apoiaram a utilização de pequenos macacos como saguis.

A maioria dos macacos utilizados em experiências no Reino Unido é submetida a testes com drogas a fim de avaliar a toxicidade a longo prazo de novos medicamentos. Geralmente esses estudos não são publicados e nem estão disponíveis para consulta pública.

No entanto, segundo dados recentes de 13 grandes empresas farmacêuticas para aprovação de medicamentos, entre 2007 e 2011, constatou-se que 95 % dos medicamentos falharam em testes em seres humanos, por não serem seguros ou não funcionarem, mesmo tendo sido testados previamente em macacos.

Geralmente os testes com drogas envolvem imobilização dos animais à força para que determinada substância seja administrado através de injeção, tubo estomacal ou através de inalação. Os efeitos nos animais são adversos, tais como vômitos, hemorragia interna, insuficiência respiratória, febre, perda de peso, letargia, problemas de pele, falência de órgãos e até a morte.

Macacos também são usados em pesquisas médicas regulamentadas, incluindo HIV/AIDS, doença de Parkinson e distúrbios neurológicos do cérebro. Esta pesquisa inflige sofrimento ainda mais grave nos animais, pois eles podem ter partes de seu cérebro e sistema nervoso destruído cirurgicamente, a fim de criar artificialmente paralisia e depressão.

Dr Katy Taylor, Diretor de Ciência da Cruelty Free Internacional, declarou: “Nosso relatório mostra que ainda é muito fácil usarem estes esses animais, altamente inteligentes e sociáveis, em experiências extremamente cruéis e angustiantes que constituem um desperdício e são até mesmo levianas na sua concepção.”

“Longe de ajudar a produzir curas para doenças debilitantes em humanos, a maioria dos experimentos parecem trazer benefícios mínimos para os seres humanos e dão a impressão de estarem mais relacionados com a defesa da utilização de macacos, ou ainda para satisfazer a curiosidade de pesquisadores do quê para o avanço da ciência médica. Na verdade, acreditamos que as informações realmente necessárias, para contribuir com os pacientes humanos, podem ser derivadas de métodos alternativos, que não envolvam macacos ou outros animais, tais como estudos éticos em voluntários humanos e experiências inovadoras que envolvam tecidos e células humanas”.

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