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MEIO AMBIENTE

Existe vida na natureza da Groenlândia

Um dos microrganismo encontrados na Groenlândia pode estar contribuindo para o derretimento das camadas de gelo

4 de maio de 2023
Por Mateus Dias
3 min. de leitura
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Imagem: Maridav/Shutterstock

Apesar da Groenlândia parecer um local completamente inóspito para a vida, cientistas descobriram que muitos microrganismos vivem por lá. Um desses seres vivos chamou a atenção dos pesquisadores por ser agente das mudanças climáticas.

Os cientistas perceberam que mesmo com pouca nutrição disponível, existe um grande número de espécies de microrganismo que se adaptaram para viver nas camadas de gelo da Groenlândia, como bactérias, vírus, fungos e algas, e criaram um ecossistema, até pouco tempo desconhecido.

O estudo que foi publicado na revista EurekAlert focou principalmente em entender as algas pretas que vivem no local. Elas crescem sobre o gelo e o deixam todo tingido de preto, o que despertou interesse e preocupação dos pesquisadores

Quando o gelo escurece, fica mais difícil refletir a luz do sol. Em vez disso, o calor dos raios solares é absorvido pelo gelo, que começa a derreter. Quanto mais o gelo derrete, mais quente fica a temperatura na Terra. As algas têm, portanto, um papel importante no aquecimento global

Alexandre Anesio, líder da pesquisa, em resposta a EurekAlert

Formas de vida

Nos últimos anos, as algas têm se espalhado cada vez mais, isso porque, o aquecimento global antecipa a primavera no ártico, fornecendo a elas temperaturas ideais para seu crescimento durante um período maior. Os pesquisadores estimam que esses microrganismos estejam aumentando o derretimento do gelo em 20%.

O pigmento encontrado nas algas do chá preto e que na verdade são esverdeadas é o mesmo encontrado nas algas pretas da Groenlândia, no entanto elas recebem muito mais radiação e iluminação, fazendo com se crie uma camada de pigmentos ao redor delas, que além de protegê-las também derrete o gelo para fornecer água líquida e nutrientes.

Durante as observações dos microrganismos, os cientistas também analisaram as interações entre os diferentes micróbios para encontrar possíveis formas de retardar o crescimento da alga.

Os vários microrganismos no gelo afetam uns aos outros. Alguns deixam nutrição que outros vivem. Pequenas partículas virais atacam e consomem bactérias. Acreditamos que alguns dos esporos de fungos podem comer as algas negras. É isso que buscamos

No entanto, mesmo que um algicida seja encontrado, ele não vai resolver o problema das mudanças climáticas, apenas possivelmente vai atrasá-lo. A principal forma de evitar o derretimento do gelo é controlando as emissões de poluentes.

nteresse da NASA

Além das contribuições para as mudanças climáticas, a pesquisa dos microrganismos do gelo também tem um papel importante na busca por vida fora da Terra e despertou o interesse até mesmo da NASA.

Até então em nenhum outro local do sistema solar foi descoberto água líquida, mas é possível encontrar gelo em Marte e nas luas geladas de Júpiter e Saturno, então se a vida conseguiu prosperar no gelo da Groenlândia, talvez também tenha feito o mesmo por lá.

Por causa disso, tanto a NASA quanto outras agências espaciais estão interessadas em aprender mais sobre os microrganismos que vivem sob essas condições, pois eles provavelmente serão muitos parecidos com as possíveis descobertas de vida extraterrestre.

Como nós, eles estão muito interessados ​​em saber como funcionam os microrganismos no gelo. De quanta nutrição eles precisam? Que tipo de nutrição? E como funciona o ecossistema do qual fazem parte? Essas são perguntas que esperamos poder responder no futuro

Alexandre Anesio

Fonte: Olhar Digital

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