A polícia de Amélia Rodrigues, cidade do interior da Bahia, concluiu na última semana o inquérito sobre o envenenamento e a morte de 47 cães nas localidades de Bângala e Bolandeira, em São Bento do Inhatá, distrito de Amélia Rodrigues, a 84 quilômetros de Salvador.
O fazendeiro João Barros de Oliveira, conhecido com João Roque, ex-prefeito de Conceição do Jacuípe, irá responder a um termo circunstanciado – para casos considerados de menor potencial ofensivo. “O que ficou evidenciado nos laudos foi que os animais foram envenenados”, diz o delegado José Antônio Teixeira, que concluiu o inquérito e o remeteu ao Ministério Público, que irá decidir se denuncia o ex-prefeito.
O ex-prefeito irá responder por maus tratos a animais, mas nega ter envenenado os bichos e diz ainda que adora animais. Segundo o delegado Teixeira, no entanto, a quantidade de testemunhas que viram João Roque envenenar os animais é considerável.
Caso seja denunciado, o ex-prefeito provavelmente deve ser condenado a pagar multa ou a outra pena alternativa.
O caso
O serial killer não escolheu raça, tamanho ou cor. Com uma luva e um saco amarelo cheio de carne, arremessou as ‘iscas’ envenenadas sobre muros e cercas dos terrenos. A carne, segundo moradores, era de um boi que João teria matado só para cometer o “cãocídio”. O que motivou tal atitude? Os moradores acreditam que o simples fato de alguns cães vizinhos terem atacado um dos seus bezerros. Quando perceberam o que João fazia, os moradores avisaram a PM. Tarde demais.
O veneno colocado pelo criminoso nos pedaços de carne era tão forte que, ao comer os restos mortais dos cachorros, um urubu morreu. Algumas pessoas passaram mal, inclusive um policial militar. Em protesto, tutores de cachorros jogaram seus animais na propriedade de João Roque. Um cão foi pendurado na cancela da fazenda.
Fonte: Correio24horas
Nota da Redação: O caso foi resolvido, mas agora está nas mãos do Ministério Público denunciar o ex-prefeito. O mais triste é que o assassinato desses 47 cães será punido provavelmente com o pagamento de algumas cestas básicas, isto porque o crime é considerado pela lei de menor poder ofensivo. Assassinar 47 vidas é pouco violento? A crueldade de uma matança deste tamanho é pequena? Enquanto as leis não mudarem, a justiça nunca será feita. Pobres animais que sofreram uma morte terrível. Esperamos que o caso atraia a atenção das autoridades competentes e que elas avancem em direção a uma sociedade justa, compassiva e reconhecedora dos direitos animais.