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Ex-militar dedica sua vida para cuidar de animais em abrigo italiano

20 de janeiro de 2012
2 min. de leitura
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Por Natalia Cesana (da Redação)

Foto: Reprodução/La Stampa

“Eu já vi tanta maldade humana, que decidi dedicar o resto da minha vida aos animais.” Davino Fazia, ex-oficial dos Alpinos, soldados de elite das Forças Armadas italianas que atuam nas montanhas, é hoje responsável pelo abrigo de Cavour, na província italiana de Piemonte. Em seus olhos estão fixadas tantas imagens de violência e mesquinhez que resolveu apostar tudo nos cães. Desde a década passada, os dias de Davino transcorrem em meio aos latidos de 150 cães. As informações são do jornal italiano La Stampa.
Depois dos estudos na academia militar, em 1990 atuou, em Beirute, na guerra civil libanesa. “Vivi nos campos palestinos, fui sequestrado por 24 horas pelo Hezbollah, vi o medo nas pessoas que fugiam, a avidez pelo poder que desgasta e destrói”, disse.
Em 1995, Davino recebeu sua missão mais importante: ir para a guerra civil de Ruanda, entre as etnias tutsi e hutu. “Eu era o responsável pelo alto comissariado dos direitos humanos da comunidade europeia, nas províncias de Rilima e Butare”, explica o ex-oficial.
“Em Ruanda havia uma crueldade bestial, feita a golpes de machete. Por isso, quando voltei para a Itália, me tranquei em um chalé, pois precisava ficar sozinho.”
Até 2006, Davino trabalhava como lenhador. Longe de todos. Até que um dia ele encontrou do lado de fora do chalé Black, um cão vira-lata preto. “Foi o que desencadeou a minha vocação. Graças a ele me apaixonei por cachorros.” Foi esse amor que o levou até Cavour, primeiro como voluntário e agora como responsável pelo abrigo.
Desde a chegada de Davino, as dimensões do canil quadruplicaram. Foi construído um pavilhão aquecido para cachorros idosos, outro para os temporários e duas enfermarias. Junto a uma equipe de 15 pessoas, Davino dedica seu tempo sem descanso à vida dos animais. “Em 2011 entraram em Cavour cerca de 300 cães, dos quais quase todos já foram adotados”, fala satisfeito.
“Os cães nos presenteiam com a fidelidade eterna, reconhecem o que é feito por eles para sempre, diferente dos homens.” E continua: “se entro de manhã no canil triste ou nervoso, basta olhar para aqueles olhos brilhantes voltados para mim que logo me sinto bem e o dia se ajeita. É como mágica.” A simplicidade dos cachorros, diz Davino, faz cada dia ser melhor que o outro.
No próximo verão, será realizado um curso para crianças, a fim de mostrar os cães e o canil a elas. Outro projeto é a construção de um ambulatório veterinário gratuito.
Hoje, Davino mora em Castellazzo, próximo a Cavour, com cinco cachorros. “A vida no abrigo completou minha existência”, diz.

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