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INVESTIGAÇÃO

Ex-jogador de futebol é acusado de envolvimento em grande esquema de rinha; 190 cães são resgatados

O homem criava seletivamente cães considerados “campeões” de rinhas para produzir filhotes com características desejadas para combate.

26 de março de 2025
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Wikimedia Commons

O Tribunal Distrital dos EUA para o Distrito Leste de Oklahoma recentemente tornou público um indiciamento de um grande júri que acusa o ex-jogador de futebol americano, Leshon Eugene Johnson, de crimes federais relacionados a rinhas de cães. As rinhas são consideradas crime em todos os 50 estados dos EUA e também violam a Lei de Bem-Estar Animal (Animal Welfare Act) em nível federal.

Johnson está sendo acusado de explorar 190 cães da raça pit bull em rinhas, além de vender, transportar e entregar cachorros para esse fim.

Autoridades federais apreenderam todos os cães de Johnson em outubro de 2024 com base na Lei de Bem-Estar Animal. Acredita-se que esse seja o maior número de cachorros já apreendidos de um único indivíduo em um caso federal de rinha.

“O FBI não tolera criminosos que maltratam animais inocentes em busca de uma forma deturpada de entretenimento”, declarou o diretor do FBI, Kash Patel. “O FBI enxerga investigações de crueldade animal como um precursor para crimes maiores e organizados, como tráfico e homicídios. Esta é mais uma ação do FBI no combate a criminosos violentos que prejudicam os mais indefesos.”

De acordo com documentos judiciais, Johnson operava um negócio de rinhas chamado Mal Kant Kennels nas cidades de Broken Arrow e Haskell, em Oklahoma. Anteriormente, ele administrou o Krazyside Kennels no mesmo estado, o que o levou a se declarar culpado por acusações estaduais de rinha em 2004.

Johnson criava seletivamente cães considerados “campeões” e “grandes campeões” de rinhas — aqueles que venceram pelo menos três ou cinco lutas, respectivamente — para produzir filhotes com características desejadas para combate.

Ele então comercializava e vendia direitos de reprodução e filhotes desses cães para outros envolvidos em rinhas, que buscavam incorporar a linhagem Mal Kant Kennels em suas próprias operações. Seu tráfico de cachorros de rinha pelo país não apenas contribuiu para o crescimento dessa indústria cruel, mas também lhe rendeu lucros financeiros.

As rinhas geralmente ocorrem em locais escondidos, onde os cães sofrem abusos extremos, ferimentos graves e, muitas vezes, morrem. Eles são condicionados por meio de métodos brutais de treinamento, drogas e isolamento.

Embora agências de aplicação da lei — incluindo o FBI — continuem a investigar e desmantelar essas operações, as rinhas clandestinas persistem. Organizações de proteção animal seguem trabalhando para expor e combater essa indústria cruel.

Segundo a lei federal, é crime participar de rinhas que afetem o comércio interestadual. Também é ilegal possuir, treinar, transportar, vender ou receber cães para fins de luta.

Se condenado, Johnson pode enfrentar pena máxima de cinco anos de prisão e multa de US$ 250 mil por cada acusação.

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