Um alegado caso de maus-tratos a animais no canil municipal de Seia ganhou dimensão nacional. O portal Renascença falou com o autor da denúncia, um antigo funcionário.
As fotografias começaram a circular na internet há uma semana: cães e gatos, visivelmente maltratados, mortos e com sinais de terem sido afogados.
A denúncia começou por ser anônima, suscitou um auto de notícia por parte da GNR, mas hoje tem rosto e voz: Francisco Fernandes, de 47 anos, ex-funcionário do canil e gatil municipal de Seia, no distrito da Guarda.
Em declarações à Renascença, garante que nunca teve receio de falar. Entrou ao serviço no canil e gatil municipal em Novembro de 2014. Conta o que testemunhou desde o primeiro dia: “Vi uma pessoa com um laço a apertar o pescoço de gatos e de cães jovens, com um, dois ou três meses, e depois enfiava-os num caldeiro de água, onde ficavam até morrer. Fui retirado do serviço porque não quis fazer o trabalho sujo desde o primeiro dia”, revela.
Admite só agora ter divulgado o caso porque sabia que seria despedido, mas diz que “neste tempo todo” não andou “bem”.
Francisco encontrava-se a realizar um Programa Ocupacional de Emprego (POC), quando foi suspenso de funções por “desobedecer às instruções sobre o exercício de atividade”, leu nos documentos camarários que traz consigo e que mostrou à Renascença.
“De fato, desobedeci, na atividade de matar gatos desta forma”, admite Francisco Fernandes.
O caso tomou proporções a nível nacional. O Partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) já anunciou ter interposto uma providência cautelar contra o município de Seia para fechar o canil e resgatar os animais com a ajuda de uma associação local.
A Associação ANIMAL enviou um requerimento ao Procurador do Ministério Público (MP) de Seia, pedindo a apreensão imediata dos cadáveres dos animais, bem como o seu envio urgente para autópsia, a fim de averiguar o sucedido.
*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.
Fonte: Renascença