Por Stephani Pires Scatolini
Acidentes com animais em pet shops não são raros. Casos em que animais são machucados, fogem ou pegam doenças durante o banho ou tosa podem acontecer caso o local não siga algumas regras de segurança e higiene.
A dona de casa Ledair Zanoni, dona de uma cadela, redobrou os cuidados após saber da história de uma conhecida, que tinha um poodle. O animal sempre era ia para o banho com o carro do pet shop. Entretanto, em uma ocasião, ele escapou dos funcionários, fugiu para a rua e foi atropelado. Mesmo com o socorro, o cão não resistiu e morreu.
“Os funcionários disseram à tutora que ele tinha fugido e, se não fosse uma amiga contar que viu o acidente com o cachorro, ela não saberia o que realmente aconteceu”, relata.
Cuidados
Para evitar esses problemas, Nivaldo Pires da Silva, dono do Pet Shop Ecológica, recomenda que, ao chegar à loja, o tutor deve prestar atenção na infraestrutura. Além de ser arejada e bem iluminada, a loja deve ter, de preferência, um acesso visual, como por exemplo, uma parede de vidro, para que o tutor possa ver o banho do seu pet. Entretanto, os tutores devem tomar cuidado ao observar, pois, “em alguns casos se o cachorro ou o gato vir o tutor durante o banho, pode ficar agitado. Então deve-se ter cuidado para não atrapalhar o trabalho do profissional”, aconselha.
Outro cuidado importante, segundo Silva, são os revestimentos das paredes e piso, que devem ser antifúngicos e antimofo para evitar contaminação. O profissional recomenda ainda que os tutores peçam para ver os materiais que serão usados no banho e na tosa, como as máquinas e lâminas, tesouras e pinças. Tudo deve ser esterilizado. “A banheira deve ser de inox ou de algum revestimento especial. A alvenaria não é indicada, pois pode machucar o animal durante o banho”, diz.
O acesso ao local do banho deve ser fechado com um portão, de preferência alto, para evitar fugas. Além disso, o tutor precisa verificar a capacitação profissional do funcionário. Existem cursos profissionalizantes para banhistas, tosadores e esteticistas de animais, que são importantes para que os profissionais conheçam a forma correta de tratar os animais.
Shampoos, perfumes e secagem
O shampoo usado também deve ser especial. De acordo com Gilberto Alcoba Marques, químico responsável da Looty Shampoo, “o que tem o pH muito alcalino tira a camada de gordura protetora da pele do cachorro, e isso não é bom”. Um bom produto deve ter, no mínimo, 20% de lauril (substância que responsável por limpar) e ativos que beneficiem o pelo e a pele dos animais.
O empresário Silva também chama a atenção para o sabão em pedra, que por ter soda cáustica, não deve ser usado nos banhos dos animais. Ele diz ainda que os perfumes não devem “cheirar” por muito tempo, no máximo por três dias, pois prejudicam o olfato dos animais. “Nós enxergamos com os olhos, eles enxergam com o nariz”.
Na hora da secagem, cuidado. Vento muito quente nos olhos dos animais por diversas vezes consecutivas pode levar à cegueira, alerta Silva. Se o pelo do seu pet estiver molhado ao sair da loja, peça para secarem melhor. Os pelos úmidos podem causar fungos na pele do cão.
Por último, quem utiliza o serviço táxi-dog, deve verificar como o seu animal é transportado. A casinha de transporte em que ele será levado até o pet shop deve ter altura suficiente para ele ficar em pé e largura para ele consiga dar uma volta em torno de si.
Documentação
O médico veterinário da vigilância zoo-sanitária, Horácio Douglas de Benedetto, explica ainda que todas as lojas de pet shop precisam de um alvará de funcionamento e de um certificado do CRMV (Conselho Regional de Medicina Veterinária). “Todos podem consultar se um pet shop tem licença para funcionar acessando o site da prefeitura, com o endereço ou o CNPJ do local”, diz.
Em caso de acidente
Se acontecer algum acidente durante o banho ou a tosa, a responsabilidade é inteira do pet shop, diz o médico. “A loja precisa se responsabilizar e atender o animal, seja com um veterinário da loja ou levando à clínica mais próxima”. Em caso de morte do animal, o tutor deve pedir um exame de necropsia e dar entrada em um processo judicial.
Fiscalização
A fiscalização das lojas é feita por meio de denúncia, diretamente com a prefeitura do município. Em São Paulo, desde janeiro deste ano, já foram feitas 56 vistorias, que podem ou não levar a multas. Se elas forem aplicadas, chegam a R$ 100 mil.
Fonte: Band