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FALTA DE COMBATE

Eventos extremos estão sendo antecipados pela falta de combate às mudanças climáticas, diz pesquisadora

O enfrentamento a essas ocorrências passa pelo investimento na ciência, mapeamento de riscos e planejamento, conforme a secretária do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas

1 de junho de 2024
GZH
2 min. de leitura
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Foto: Jefferson Botega / Agencia RBS

Eventos climáticos que antes pareciam distantes, como a chuva no Rio Grande do Sul, agora preocupam pela força e possibilidade de novas ocorrências. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (30), a pesquisadora e secretária do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, Andrea Santos, explicou que estes acontecimentos estão sendo antecipados pela falta de combate às mudanças climáticas.

— A academia vem apresentando uma série de dados climáticos robustos, já prevendo o que está acontecendo hoje, esses desastres relacionados a eventos climáticos extremos, mas, infelizmente, a tomada de decisão, ela sempre é protelada. A gente vive um modelo de governança que está muito pautado em quatro anos, que [é] um governo pensando em reeleição. Mas ninguém, de fato, tira do papel as políticas, os planos e coloca as ações em práticas que a gente precisa para transformar as cidades — afirma.

Andrea explica que essa falta de planejamento governamental é influenciada por questões culturais:

— Quando as sociedades em todo mundo vivenciam a tragédia e os tomadores de decisão, todos acabam, de fato, sentindo aquilo, o desastre. E quando passa, as pessoas esquecem, voltam a sua normalidade. E isso, infelizmente, é uma característica do ser humano, que acaba prejudicando o planejamento e a ação de médio e longo prazo.

As medidas a serem tomadas para enfrentamento dos eventos climáticos extremos passam por um maior investimento na ciência, a partir de um mapeamento inicial dos riscos por todo o mundo e incorporação destes dados ao planejamento, diz a pesquisadora. Além de reforço a sistemas de proteções com diques e casas de bomba — como é o de Porto Alegre — também é possível pensar em alternativas “verdes”:

— São as soluções baseadas na natureza, que aparecem muito na literatura – inclusive alguns projetos já [estão] acontecendo. Vocês devem ter acompanhado o conceito de cidades esponjas, na China, em Singapura. Então vários projetos acabam integrando a natureza junto com a infraestrutura, que nós chamamos de “cinza”, que são as obras de construção civil, e, com isso, você pode evitar alagamento.

Fonte: GZH

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