Eva Khan é uma menina de fala mansa com um sorriso tímido. No entanto, alguns minutos de conversa com ela mostram que ela não é uma garotinha comum. Embora tenha apenas 10 anos, ela assumiu como missão cuidar de animais e pessoas vulneráveis. Apesar de estar ocupada com atividades escolares e extracurriculares, ela mostra uma maturidade além da sua idade, priorizando os outros em vez de se divertir em seu tempo livre. Tudo começou através de um artigo que a mãe de Eva lhe mostrou sobre refugiados e suas dificuldades. Então ela quis ajudar.
A mãe de Eva, Linza, diz ser muito orgulhosa dos esforços de sua filha, pois a família sempre esteve envolvida em fazer algo à sociedade. Ela diz que o nível de compaixão que sua filha demonstra é uma experiência de aprendizado diário “Ela me mostra como ter mais empatia e ver as coisas de maneira diferente”, comenta Linza. O pai Rosli concorda dizendo que sua filha sempre teve um grande coração e conta que ela tinha apenas cinco anos quando começou a doar seu dinheiro de aniversário para abrigos de animais. Segundo a mãe, o mais recente ser ajudado pela compaixão de Eva foi uma barata que ela salvou de ser esmagada. “Ela a pegou a barata e conversou antes de soltá-la do lado de fora”, contou com uma risada.
De fato, embora ela se importe profundamente com as pessoas, o seu verdadeiro amor são os animais. Ela tutela nada menos que 24 animais em casa, incluindo gatos, coelhos, peixes, várias galinhas d’angola e um imponente peru branco que vive em seu jardim. Embora os pais e irmãos de Eva estejam felizes em ajudar a cuidar de todos, ela faz questão de passar bastante tempo com eles. “Fico muito feliz em alimentá-los e acariciá-los”, disse ela.
Seu primeiro animal foi um gato adotado de um abrigo. Ela então resgatou mais dois gatos e os acolheu até que estivessem saudáveis, mas no final das contas não suportou se separar deles. Ela anda com ração de cachorro no carro da família para que possa alimentar animais em situação de rua. Inclusive conta que uma vez alimentou um filhote de musaranho até que ele estivesse forte o suficiente para ser solto de volta à natureza.
Eva ficou transtornada ao saber que a maioria dos animais em situação de rua são mortos se forem pegos e levados aos abrigos da região, mas ela transformou esse choque em ambição, decidindo que quer ser uma advogada de direitos humanos que também defende os animais e diz “eles têm os mesmos direitos que os humanos”. Este desejo está relacionado com os seus planos de abrir um abrigo que preserve a vida de todos os animais”. Ela já faz brincos artesanais para vender e arrecadar fundos e deseja futuramente ter uma loja que venda as roupas que ela mesma desenha, destinando esses ganhos para ajudar mais abrigos e organizações de refugiados.
A gentileza e generosidade de Eva inspiraram sua família, seus vizinhos e até seus colegas de escola: sua melhor amiga, por exemplo, começou a doar alimentos e a fazer artesanatos para arrecadar fundos para caridade também. Crescendo com todas as necessidades atendidas, seria compreensível se crianças como Eva estivessem fora de contato com o quão cruel o mundo pode ser. No entanto, há algo em Eva que a faz ter uma enorme compaixão pela situação dos outros. “E sinto esse desejo, como se eu tivesse nascido para ajudar pessoas e animais”, conclui ela.
