São Paulo relembrou dia 9 de julho, a Revolução Constitucionalista de 1932. Foi um momento marcante para os paulistas que lutavam pela liberdade. O resultado da guerra contra o restante do Brasil não foi o esperado, mas acabou sendo um marco para a nossa história.
Como toda a guerra produziu cenas terríveis de destruição, de abandono, de pessoas feridas e mortas nos combates. Um momento difícil que lembra um pouco o que está acontecendo, nos dias de hoje, na Ucrânia.
Milhões de pessoas tiveram que deixar para trás parentes, amigos, animais, bens e tudo mais para fugir das bombas e dos ataques.
Na guerra, muitos animais também ficam sem seus lares e seus tutores, passam fome, sofrem com o barulho das explosões e com o abandono. É fácil flagrar, em solo ucraniano, cenas como as descritas acima. Gatos e cachorros abandonados.
Mas também há histórias de amizade e redenção que surgem no campo de batalha. O nosso herói aqui é o ex-combatente Henrique Caldini, mais conhecido por Eurico. Ele lutou, em 32 e participou de várias batalhas no Vale do Paraíba e na divisa com o Rio de Janeiro.
Eurico contava para a família o desespero da guerra. Nos momentos de tranquilidade, a amizade entre os combatentes crescia e o grupo do Eurico adotou um cachorrinho. Ele virou a mascote dos soldados e sempre estava presente nas fotografias. A amizade durou a guerra toda e ajudou a levantar o moral de todo o regimento com a alegria de um rabinho abanando. Quando a batalha acabou, com a derrota dos paulistas, todos voltaram para casa. E o cachorrinho foi viver com um dos soldados.
Eurico se emocionava muito cada vez que contava essa história. E sempre guardou perto de si as lembranças do amigo cão.
Henrique Caldini morreu no ano de 2003, em Votorantim, aos 91 anos. E a família, até hoje, tem muito orgulho dessa história. Obrigado, Marlene Caldini Galli, por dividir as memórias do seu Eurico com os leitores.
Fonte: Jornal do Cruzeiro