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Estudos revelam aumento da agressividade em baleias confinadas

21 de junho de 2013
3 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Baleias orca são obrigadas a realizar performance em parques como o SeaWorld, na Flórida. (Foto: Daily Mail)
Baleias orca são obrigadas a realizar performance em parques como o SeaWorld, na Flórida. (Foto: Daily Mail)

O tratamento de baleias orca que fazem performances para turistas em parques temáticos tem sido questionado por uma nova pesquisa que aponta os traumas causados aos animais que passam anos em cativeiro. As informações são do Daily Mail.

De acordo com a reportagem, o estudo ressalta que a agressividade dessas baleias vem do fato de  serem obrigadas a realizar algo contra a sua natureza, e das condições sob as quais elas são mantidas.

Pesquisadores dizem que o stress do confinamento em uma piscina pequena, ao invés da liberdade dos oceanos, causa frustração nesses animais que, acuados, lançam-na sobre os seus treinadores.

Em 2010, isso ficou evidente no caso da baleia orca Tilikum que matou sua treinadora Dawn Brancheau na frente de turistas no SeaWorld em Orlando, na Flórida, fato que foi publicado pela Anda.

Posteriormente veio à tona a informação de que Tilikum já havia matado outra treinadora em 1991 e, oito anos mais tarde, em 1999, tinha afogado um homem que entrara em seu recinto.

A horrível morte de Dan Brancheau levou a um questionamento do negócio lucrativo baseado no uso de baleias para entretenimento humano nos Estados Unidos, mas os parques continuam prosperando com a prática. Dezenas de milhares de turistas visitam o SeaWorld todo ano.

Os perigos de se manter baleias orca em cativeiro são mostrados em um documentário chamado Blackfish, que foi exibido no Festival de Cinema de Sheffield.

A diretora Gabriela Cowperthwaite disse que as baleias orca não deveriam ser utilizadas para entretenimento de turistas. “Elas são animais imensamente inteligentes. Não devem ficar em cativeiro”, afirma a diretora.

Durante as gravações do filme, ela disse que se deparou com dezenas de “quase-acidentes” onde os treinadores foram ameaçados ou feridos pelas baleias.

“Passei dois anos rastreando todos estes incidentes. Houve quatro mortes e muitos quase-acidentes e lesões. Suspeito que tenham sido possivelmente centenas, mas ninguém gosta de denunciá-los “, disse ela.

Acidente semelhante aos relatados aconteceu na Europa quando um treinador foi morto pela baleia Keto, no Loro Park em Tenerife, um dos dois parques aquáticos europeus.

O outro parque é o de Marineland, em Antibes, na França, onde já houve incidentes perigosos, mas nenhuma morte foi registrada até então.

Baleias têm sido exploradas para entretenimento humano em parques temáticos desde os anos 60, incluindo o Flamingo Land em North Yorkshire, onde uma baleia chamada Cuddles era a “atração”.

Um estudo da Cowperthwaite and Whale and Dolphin Conservation revelou que Cuddles tornou-se tão agressivo que seus treinadores tinham que limpar a piscina de dentro de uma gaiola de tubarão.

Segundo a reportagem, a Grã-Bretanha proibiu a manutenção de baleias e golfinhos em zoológicos, mas ainda há 44 desses animais em cativeiro no mundo.

O especialista David Kirby disse que o comportamento de Tilikum não é diferente do de outras baleias orca cativas.

“Tilikum é um animal muito perturbado e perigoso, mas eu conheci no mínimo vinte outros animais cativos que mostraram o mesmo comportamento”, declarou Kirby que escreveu o livro “Death at SeaWorld” (“Morte no SeaWorld”), onde comenta a morte da treinadora Dan Brancheau.

“Eles perseguem e mordem pessoas, saltam para fora da água sobre elas e as encurralam. São animais muito agressivos. Eles não deveriam ficar em cativeiro e os humanos não podem trabalhar com eles”, acrescentou Kirby.

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