Atribuir nomes e qualidades individuais aos animais de fazenda pode influenciar significativamente a forma como as crianças os percebem, potencialmente alterando suas atitudes em relação ao consumo de carne.
Estudos da Universidade de Ciências Sociais e Humanidades de Varsóvia (SWPS), na Polônia, sugerem que quando as crianças humanizam os animais, dando-lhes nomes e traços específicos, elas tendem a vê-los mais como indivíduos únicos, e não meras fontes de alimento.
Em mídias e histórias infantis animais como Peppa Pig são retratados com personalidades e preferências distintas, promovendo uma conexão. A Dra. Aleksandra Rabinovitch, da Universidade SWPS, explica que crianças pequenas, alheias à origem da carne, muitas vezes veem os animais em termos de companhia em vez de consumo.
Um estudo envolvendo 208 crianças com idades entre cinco e seis anos explorou esse conceito, apresentando às crianças imagens de porcos e galinhas, algumas acompanhadas de descrições personalizadas. Por exemplo, um grupo viu um porco chamado Lelka, descrito com hábitos e preferências únicas, enquanto outro grupo recebeu descrições genéricas.
Os resultados foram surpreendentes: as crianças que viram descrições personalizadas eram mais propensas a perceber os animais como seres vivos únicos e eram menos inclinadas a considerá-los como alimento.
Resultados semelhantes surgiram com galinhas, onde as crianças que atribuíram traços e nomes humanizados a elas foram mais relutantes em consumir pratos à base de frango em comparação com aquelas que viam as galinhas em termos gerais.
Essas descobertas destacam o potencial da personalização em alterar as atitudes das crianças em relação ao consumo de carne. Ao associar os animais a identidades individuais, as crianças desenvolvem uma empatia mais forte por eles, o que pode influenciar suas escolhas alimentares à medida que crescem.