Colisões com navios são uma das principais ameaça às baleira, com algumas estimativas sugerindo que milhares delas morrem a cada ano como resultado. Embora muitos incidentes não sejam relatados, novas pesquisas destacam uma solução que pode reduzir drasticamente esses riscos ao focar em apenas uma pequena fração do oceano.
Cientistas identificaram pontos críticos globais onde as colisões entre baleias e navios são mais prováveis de ocorrer, mas a maioria dessas áreas carece de medidas de proteção. “Este é o primeiro estudo a abordar esse problema em uma escala global”, explicou Jennifer Jackson, do British Antarctic Survey e integrante da equipe de pesquisa.
Usando dados de 435 mil localizações de baleias e mais de 35 bilhões de movimentos de navios, os pesquisadores revelaram que as rotas de navegação se sobrepõem a 91,5% das áreas de alcance das baleias-azuis, fin, jubarte e cachalotes.
O estudo identificou áreas de maior risco, principalmente próximas às costas, mas também em mar aberto. Alarmantemente, menos de 7% desses pontos críticos estão atualmente protegidos por medidas voluntárias, e menos de 1% por regulamentações obrigatórias.
Ampliar estratégias de gestão, como a redução de velocidade de embarcações ou ajustes de rotas, para apenas 2,6% da superfície oceânica poderia cobrir todas as zonas de risco identificadas, reduzindo significativamente a ameaça às baleias.
A questão torna-se mais urgente com o aumento da atividade marítima e o potencial da crise climática de abrir novas rotas comerciais no Ártico, colocando ainda mais as baleias em perigo. Defensores da proteção, como Sally Hamilton, das orcas, estão pedindo que a indústria naval priorize a criação de espaços marinhos seguros.
“A indústria naval tem a oportunidade de colocar as colisões com embarcações no centro de sua estratégia ambiental,” disse ela.
Especialistas concordam que uma abordagem de pequena escala, mas direcionada, pode ter um grande impacto. “É encorajador ver que uma gestão direcionada da navegação… pode alcançar cobertura total dos pontos críticos de risco de colisão, tornando os resultados de conservação positivos muito viáveis”, comentou Freya Womersley, da Marine Biology Association.
