O pesquisador da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Raul Rio Ribeiro, que realiza estudo sobre os golfinhos-rotadores de Fernando de Noronha concluiu que os mamíferos da ilha são maiores do que a literatura científica indicava. O equipamento usado para o estudo foi batizado como “drone pediátrico” porque inicialmente foi usado para registrar os filhotes. A imagens identificaram que os animais adultos passam dos dois metros de comprimento, o que é um novidade (veja vídeo acima).
Ribeiro, que também é coordenador da organização não governamental Som do Oceano, fez a publicação científica com a atualização dos dado dos golfinhos. O artigo com a novidade foi publicado na revista científica internacional Marine Mammal Science. Isso representa que uma banca de especialistas ratificou o estudo.
“Esse artigo atualiza as informações do tamanho dos golfinhos de Fernando de Noronha. Os dados indicavam que os animais não superavam os dois metros de comprimento. Era baseado em alguns encalhes e poucos estudos morfológicos. Concluímos que os golfinhos superam os dois metros e chegam até dois metros e cinco centímetros”, revelou Raul.
O cientista disse que utiliza imagens produzidas com uso de drone, que tem alto índice de acerto. A diferença de tamanho muda a análise dos animais.
“Essa diferença pequena de centímetros é relevante porque podemos conhecer a morfologia do animal, é um indicador básico da saúde. Não tem como saber da saúde do animal sem saber da capacidade morfológica”, revelou Raul Ribeiro.
Drone pediátrico
No estudo são feitas imagens aéreas por meio de drone, o que facilita a obtenção dos dados de uma forma mais fácil, sem a necessidade de manipulação do animal.
“O drone possibilita estimar tamanho, sem a manipulação do animal e obter informações reais. Podemos avaliar a taxa de crescimento dos filhotes como faz um pediatra. É possível obter informações de estação de nascimento dos animais, variações na condição corporal e a saúde individual e coletiva; tudo isso com o ‘drone pediátrico’”, falou o pesquisador.
Raul Ribeiro disse também que a variação corporal pode indicar problemas com os animais ou em relação ao meio ambiente.
