Por ser fã de águas profundas e de grandes deslocamentos, esse gigantesco bicho, que pode chegar a 2 toneladas, dá muito trabalho para ser ser estudado.
Agora, pesquisadores do Projeto Mantas do Brasil, com patrocínio da Petrobras, fizeram o primeiro mapeamento por satélite no Atlântico Sul dessa que é a maior espécie de raia do planeta.
O trabalho foi feito na área do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, um dos poucos locais de agrupamento conhecidos da espécie.
Para coletar os dados, os cientistas colocam uma espécie de etiqueta com um microchip no corpo dos animais. Os dispositivos ficam grudados nos peixões por um tempo pré-programado, que vai até 180 dias. No final do período, eles se soltam e flutuam até a superfície.
De lá, ficam emitindo dados, que são percebidos assim que o satélite faz a varredura da região.
“É uma coisa emocionante, mesmo com um número de amostragem ainda muito baixo”, diz Guilherme Kodja, coordenador do Projeto Mantas do Brasil.
Rotas de Migração
Por meio das informações recebidas do satélite, os pesquisadores ficam sabendo, entre outras coisas, das rotas de migração da espécie, além de seus hábitos e da profundidade de mergulho.
Isso é importante porque permite criar estratégias de manejo para os animais.
“Saber de onde eles vêm e para onde eles vão nos ajuda a identificar os pontos de risco e criar formas de evitá-los”, explica Kodja.
O projeto, que também usa fotografias para mapear as raias, conseguiu identificar locais de captura da M. birostris.
Segundo o coordenador do projeto, em águas brasileiras, essas raias são normalmente pescadas.
Na Ásia, no entanto, a raia-jamanta é muito usada na medicina tradicional, devido a supostas propriedades que filtrariam o sangue.
Esse tipo de pesca já fez desaparecer populações nas Filipinas e colocou o bicho recentemente na categoria de vulnerável à extinção.
Fonte: Jornal Floripa